A cozinha mineira, por meio da culinária do milho e da mandioca, agora é oficialmente patrimônio cultural imaterial do estado. A novidade é resultado de uma deliberação do Conep (Conselho Estadual de Patrimônio Cultural), em reunião realizada na manhã desta quarta-feira (5), Dia da Gastronomia Mineira.
Para celebrar a culinária do estado, o Governo de Minas também lançou hoje o projeto “Cozinha Mineira Patrimônio – Temporada 2023”, com uma série de ações que buscam reforçar a importância da cozinha para a cultura, o turismo e o desenvolvimento econômico e social do estado.
O governo estadual também reforça a importância da deliberação sobre o “Registro dos Sistemas Culinários da Cozinha Mineira – o Milho e a Mandioca” para o reconhecimento e a valorização de saberes e práticas desenvolvidos pelos povos originários e tradicionais de Minas Gerais.
“O turismo dá conta, em pesquisa recente, que 27% das pessoas que vêm a Minas vêm para comer. Ou seja, o turismo gastronômico tem uma importância estruturante na nossa economia e é um grande fomentador de emprego e renda”, ressaltou o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira.
Patrimônio imaterial
O registro dos sistemas culinários do milho e da mandioca, declarado hoje como patrimônio imaterial, compreende o ato de se alimentar de maneira ampla, ressaltando os valores socioculturais, simbólicos e cosmológicos.
Ele leva em conta fatores como o plantio, o processamento, a preparação, o consumo e as características de sociabilidade e ritualística atreladas aos lugares, paisagens, instrumentos, métodos e técnicas que caracterizam os saberes culinários transmitidos ao longo das gerações.
De acordo com o Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais), os saberes ligados ao milho e à mandioca constituem o primeiro sistema culinário a ser caracterizado pelo instituto no âmbito das pesquisas sobre a cozinha mineira.
O registro é resultado de um trabalho de mais de dois anos, que ainda contou com a identificação de quase 700 moinhos de milho e casas de farinha de mandioca em Minas Gerais.
Fomento à gastronomia mineira
O projeto “Cozinha Mineira Patrimônio – Temporada 2023”, lançado hoje, busca promover ações voltadas ao fomento, à capacitação, à valorização e à divulgação dos sistemas culinários da cozinha mineira enquanto patrimônio cultural imaterial.
Algumas iniciativas que farão parte do projeto são capacitações, um programa de preservação de práticas da agricultura familiar, a divulgação do selo da Cozinha Mineira Patrimônio, e mais.
“Teremos vários festivais de cozinha mineira espalhados pelo estado, e de forma muito especial no Circuito Liberdade, essa grande vitrine da mineiridade. Nós teremos ações de desenvolver o turismo de base comunitária, para proteger ainda mais a agricultura familiar”, afirmou o secretário Leônidas Oliveira.
O Seminário Internacional da Cozinha Mineira, que será sediado em Tiradentes, em novembro, é outra ação voltada à capacitação e promoção da cozinha mineira contemporânea.
“A temporada está prevista pra ir até outubro, linkando também a outras áreas como a coquetelaria, a cachaça, os vinhos, o azeite… o que está sendo agregado à cozinha mineira contemporânea”, completou o secretário, que também adiantou que a Secult planeja organizar um Festival Internacional da Cozinha Mineira em breve.
Outro destaque é a criação do Observatório da Cozinha Mineira, que vai estabelecer uma rede de pesquisa para monitorar o desenvolvimento da cozinha mineira. Press trips, famtours gastronômicos, parceria com influenciadores digitais e chefs da cozinha mineira complementam o conjunto das ações.
*Informações Portal BHAZ.