O corpo da criança de 12 anos que morreu após um ataque durante o domingo de eleições em Belo Horizonte começou a ser velado nesta sexta-feira, 04, no bairro Madre Gertrudes, na região oeste da capital. Luana Rafaela Oliveira Barcelos não resistiu após ter ficado cinco dias internada.
“Foi uma covardia. Ele é um louco de fazer isso. Luana era uma menina muito doce, cheia de sonhos. Ele acabou com os sonhos dela. Destruiu uma família”, afirmou uma familiar de Luana durante o velório. Na cerimônia, colegas de escola fizeram uma homenagem à menina, com cartazes e fotos.
Luana é a segunda vítima das cinco pessoas que foram baleadas pelo atirador Ruan da Luz, de 39 anos. Ele foi preso logo após o crime, no bairro Nova Cintra. Além da menina, Pedro Henrique, de 28 anos, também foi atingido e morreu ao dar entrada no hospital.
Na noite de domingo, 30, a menina aguardava um carro de aplicativo na porta de um bar, estabelecimento que pertence ao pai dela, quando foi atingida por disparos de arma de fogo. Luz saiu de casa armado com duas pistolas e, sem dizer nada, atirou contra ela e uma mulher. As duas foram levadas ao Hospital João XXIII. Luana chegou a passar por duas cirurgias, mas faleceu na madrugada desta quinta-feira, 03.
Pouco depois do primeiro ataque, o atirador desceu por um beco que dá acesso à avenida Tereza Cristina e abriu fogo contra um grupo de pessoas que estava em uma garagem comemorando a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República. Três foram atingidas. Pedro foi sepultado na última terça-feira (1º).
Segundo vizinhos, o atirador estava desde cedo bebendo em outro bar da região e disse que, caso o candidato que ele apoiava não saísse vitorioso das eleições, ele causaria uma “tragédia”. A Polícia Civil de Minas Gerais investiga se o ataque teve motivação política. O atirador foi preso em flagrante com duas pistolas, carregadores, uma faca e munições.