Ela é médica de carreira da Secretaria Municipal de Saúde, foi diretora da Santa Casa e atualmente está em seu terceiro mandato como vereadora, tendo sido a primeira e única mulher a presidir a Câmara Municipal de Poços de Caldas
Hoje (20), o Alô Poços entrevista a Dra. Regina Maria Cioffi Batagini, do Progressistas (PP). Dra. Regina fala sobre sua vida na política, suas principais bandeiras políticas que é a saúde pública, o meio ambiente e as mulheres, além dos novos projetos como uma possível candidatura em 2022 a Deputada Estadual, representando Poços de Caldas.
Médica
Nascida em Poços de Caldas no ano de 1956, Dra. Regina se formou em medicina pela Universidade do Vale do Sapucaí (Univás), em Pouso Alegre – MG, em 1981. Em seguida, fez residência em pediatria e começou a carreira no serviço público, no qual trabalha até hoje. Ela entrou para o corpo clínico da Santa Casa em 1985, foi chefe de pediatria, chefe de UTI, chefe de ambulatório e chefe de Comissões de Ética, eleita Diretora Clínica e Técnica da Santa Casa com 68% dos votos. Foi também Diretora Clínica do Hospital da Unimed Poços, cargo que ocupou durante quatro anos. Fez MBA em Gestão Pública e Gestão de Organizações Hospitalares, em Portugal. Hoje, mesmo após aposentar-se, Dra. Regina Cioffi continua dedicando sua vida à saúde, atendendo em UBS (Unidade Básica de Saúde) e em seu consultório particular.
Política
Sua carreira política teve início no ano de 2007, quando saiu da direção da Santa Casa. Filiou-se ao antigo PPS (Partido Popular Socialista), e no ano seguinte, em 2008, candidatou-se à vereadora. Em sua primeira candidatura obteve 1.728 votos e conquistou o primeiro mandato de vereadora. Em 2012, foi reeleita com 2.523 votos. Candidatou-se para Deputada Federal em 2014, mas não conseguiu se eleger. Em 2016, tornou-se a primeira candidata mulher a pleitear a vaga de prefeita na cidade. Durante as eleições para o Executivo, apresentou um plano de governo no qual havia trabalhado 4 anos, onde mostrava suas propostas e explicava como iria colocá-las em prática, mas, por vários motivos, entre eles a falta de estrutura suficiente para se manter até o final das eleições, foi derrotada. Aos seus 65 anos, está no seu terceiro mandato, eleita com 812 votos.
“Eu sempre gostei muito da área da saúde, onde fiquei muito focada, sendo 16 anos na Santa Casa. Creio que fiz uma boa gestão, não tinha vontade de ser candidata, sofri um golpe grande da má politica, que me tirou de lá. Aí me acendeu uma vontade de entrar na politica, para fazer diferente, isso foi em 2007 e estou aqui”.
Alô: Você é uma das vereadoras mais experientes da Câmara, terceiro mandato, como avalia a atua legislatura?
Regina: A experiência me trouxe muita maturidade dentro do Legislativo, hoje as pessoas me veem com autoridade, não no estilo de poder e sim de alguém que veste a camisa da cidade e consegue criar projetos, não de cunho pessoal ou de um grupo, mas para a nossa população.
Nesta legislatura foi gratificante ver que meus colegas têm respeito por mim, pela história que construí até aqui. O meu estilo de trabalhar é sempre fazer diagnostico de tudo, visando o que a sociedade mais precisa.
Consegui aprovar vários projetos que estavam parados, como o medicamento em casa para idosos e pessoas com deficiência, que tentava aprovar desde 2010. Depois em 2013 e não foi aprovado, e agora, em 2021, foi aprovado e está acontecendo.
Passei por muitas situações nas minhas legislaturas, estive como vereadora em mandatos com muitos colegas machistas, lutei para conseguir meu espaço, não foi fácil e, assim, me tornei a primeira mulher na história da cidade a presidir a Câmara Municipal.
É uma Câmara que tem escolhido fazer conforme a sua maneira, temos que respeitar, alguns vereadores escolhem fazer apenas Requerimentos, outros pedidos de informações e Moções e alguns projetos, alias eu sou a rainha dos projetos, não porque eu quero estar no ranking em primeiro lugar. Todos os meus projetos têm fundamento, vou atrás, busco e quando é aprovado, corro no prefeito para que o execute o mais rápido possível.
Alô: Dra. Como surgiu a vontade de ser representante do povo?
Regina: Eu sempre gostei muito da área da saúde, onde fiquei muito focada, sendo 16 anos na Santa Casa. Creio que fiz uma boa gestão, não tinha vontade de ser candidata, sofri um golpe grande da má politica, que me tirou de lá. Aí me acendeu uma vontade de entrar na politica, para fazer diferente, isso foi em 2007 e estou aqui. Quando entrei fui me apaixonando pela politica, principalmente em poder fazer algo diferente.
Alô: Como a senhora avalia a gestão da saúde na pandemia em Poços de caldas?
Regina: A gestão do Prefeito Sérgio e do secretário Dr. Mosconi foi uma gestão muito boa, eles foram muito firmes. Nós da Câmara fomos muito cobrados por comerciantes e empresários, só que naquele momento a nossa priorização foi a vida, e priorizamos. Como médica, acredito que um dos grandes acertos foi a criação do Hospital de Campanha, para aliviar o fluxo de atendimentos na UPA, facilitando o atendimento para a população, que com sintomas gripais iria direto ao Campanha para atendimento.
Alô: Em 2021, você se destacou como grande representante das mulheres na Câmara, quais projetos para elas em 2022?
Regina: Estou focando meu mandato em três vertentes: saúde, mulheres e meio ambiente. No caso das mulheres eu me voltei muito mais agora do que nos outros mandatos, essa questão é urgente, precisamos de mais mulheres na política. Meus principais projetos para elas são: o sinal vermelho, que está tramitando na Câmara, o do combate a violência à mulher com a instalação do Botão do Pânico, que será implantado no sistema de monitoramento de vídeo e nas escolas e, isso já foi aprovado, e ´ultimo aprovado que veda a nomeação do homem que foi condenado pela Lei Maria da Penha para cargos públicos comissionados. Esse último projeto foi realmente pensando em protegê-las ainda mais.
Em 2022, vai entrar mais mulheres na politica, trazer elas mais para perto do que acontece nesse ambiente. As mulheres precisam conhecer mais, viver mais a política. Um exemplo é quando uma mulher se candidata e a maioria dos seus votos não são das mulheres. 53 % da população são mulheres, temos apenas 15 % de mulheres eleitas no Brasil. Minas ocupa o 26° lugar em ocupação de cadeiras no Legislativo por mulheres. Vamos fazer uma Audiência Pública para mulheres, trazendo mulheres empoderadas para falar de politica.
“Sobre o Sérgio, a pandemia ponto positivo, negativo o turismo. Entramos em 2022 na mesma situação, o teleférico uma das maiores rendas, parado, uma renda que girava em torno de R$ 2 a R$ 3 milhões por ano. O turismo não é organizado, precisamos de mais recursos para termos mais investimentos em uma das nossas principais rendas de giro da economia da cidade”.
Alô: Como a senhora avalia a gestão do prefeito Sérgio Azevedo, do governador Romeu Zema e do presidente Jair Bolsonaro?
Regina: Sobre o Sérgio, a pandemia ponto positivo, negativo o turismo. Entramos em 2022 na mesma situação, o teleférico uma das maiores rendas, parado, uma renda que girava em torno de R$ 2 a R$ 3 milhões por ano. O turismo não é organizado, precisamos de mais recursos para termos mais investimentos em uma das nossas principais rendas de giro da economia da cidade. A vinda de indústrias, ok, mas o turismo é uma das formas mais fácies de gerar empregos em massa, principalmente em hotéis e lojas, o investimento no turismo é essencial, é urgente, precisa privatizar tudo, terceirizar e gerar renda e empregos na nossa cidade.
Uma falha grande dentro da gestão também é não ter um grupo pensante, para fazer projetos, indo a Brasília e trazendo recursos para nossa cidade. De uma maneira geral, uma gestão boa. Os novos asfaltos, uma questão positiva. Agora, uma coisa que ficarei muito decepcionada é caso o estudo do novo Plano Diretor não tenha início já no começo de 2022. Outra questão que me incomoda é a questão do lixo, que não anda, não resolve, é outro problema muito grande. Sugeri ao Prefeito a criação da Secretaria de Meio Ambiente para cuidar disso.
Já o Governador Zema está fazendo uma gestão boa, conseguindo colocar a casa em dia e está cumprindo seu papel, dentro de uma dificuldade muito grande, gostei a da gestão profissional.
O Presidente Jair Bolsonaro, eu votei nele, começou bem na questão da economia. O que acabou com ele foi a boca, falar besteira, além da forma que ele tratou a pandemia. Foi uma decepção para mim, mas não significa que eu não possa apoiá-lo. Ainda vou estudar. O Bolsonaro, não conseguiu trabalhar, a esquerda foi em cima dele junto com a imprensa e isso se somou ao erro do Bolsonaro de falar demais. Ele não conseguiu governar. Tem hora que eu acredito que, ou ele não tem assessoria direito, ou realmente não escuta. Uma das coisas que atrapalha o Governo é os filhos do presidente, quando ele tinha chance de governar, eu estava gostando, mas quando ele perdeu, quando começou a pandemia, parei de gostar, mas eu ainda daria sim uma chance ao Bolsonaro.
“Hoje estou num grupo, na eleição do Sérgio, dei um minuto de TV a ele nas eleições, tenho meus apoios e minhas críticas ao prefeito. Nesse grupo tem várias pessoas querendo ser candidato. Se for uma construção em grupo vou aceitar, se tiver um nome melhor eu aceito, mas o que eu pedi na última reunião foi a realização de uma pesquisa. Quero que os dois nomes a candidatos sejam por uma construção, pelo melhor de Poços, para que assim, conseguimos enfim eleger um deputado Estadual e um Federal”
Alô: A senhora está no seu terceiro mandato, já foi candidata a deputada e a prefeita. Em 2022, podemos esperar Dra. Regina Cioffi como candidata a deputada?
Regina: O partido colocou meu nome para ser candidata a deputada estadual. Só que hoje estou num grupo, na eleição do Sérgio, dei um minuto de TV a ele nas eleições, tenho meus apoios e minhas críticas ao prefeito. Nesse grupo tem várias pessoas querendo ser candidato. Se for uma construção em grupo vou aceitar, se tiver um nome melhor eu aceito, mas o que eu pedi na última reunião foi a realização de uma pesquisa. Quero que os dois nomes a candidatos sejam por uma construção, pelo melhor de Poços, para que assim, conseguimos enfim eleger um deputado Estadual e um Federal.
Eu, Regina, busco construção, dialogo e não problema. Estou nesse grupo com lealdade e transparência. A partir do momento que for uma decisão monocrática do grupo ou imposições, como estão querendo fazer e, se houver deslealdade no grupo, estou fora, saio e focarei solo na minha política, junto ao meu partido, como sempre foi.
Meu foco atual é ser uma boa legisladora. Pensado em 2022, sinto no meu coração que tenho chance de ser eleita e ser uma boa deputada para nossa população.