Por Tiago Monteiro Tavares e João de Carvalho –
Em entrevista exclusiva ao Alô Poços Sérgio Azevedo, o primeiro prefeito reeleito da maior cidade do Sul de Minas, Poços de Caldas, falou sobre sua vida dentro da política, sua gestão e os novos projetos que estão sendo realizados em toda cidade.
Ontem publicamos parte da entrevista, onde o prefeito explicou o novo contrato emergencial com a empresa Circullare, sua reeleição, as razões que o levaram para a política e, hoje, vamos abordar a concessão dos pontos turísticos à iniciativa privada, os planos para a cidade, a eleição de 2022 e a necessidade da cidade eleger deputados que sejam de Poços.
Nascido em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, o prefeito Sérgio Antônio Carvalho de Azevedo, tem 57 anos, namora a jornalista Elisangela Zanetti, tem dois filhos e é flamenguista. Sérgio, é formado em engenharia e pós-graduado em engenharia de segurança do trabalho. Ingressou na Prefeitura de Poços de Caldas em 1994, passando em primeiro lugar no concurso público. Lotado na Secretaria Municipal de Obras, prestou serviços ao DMAE durante dois anos (1998 e 1999).
Em 2002, começou a administrar a Coopoços, transformando-a numas das principais cooperativas de Minas Gerais. Foi reeleito presidente da cooperativa dos servidores quatro vezes. Entre 2005 e 2006, foi tesoureiro da Associação Atlética Caldense. Em 2015, foi eleito servidor padrão da Secretaria de Obras. Em 2016, foi eleito prefeito de Poços de Caldas e, em 2020, foi o primeiro prefeito reeleito na história da cidade. Confira:
“Já afirmo que vamos entregar em 2024 uma cidade totalmente moderna, totalmente diferente do que pegamos, que futuramente estará entre as 50 melhores cidades do Brasil”.
Alô: Prefeito, qual é a marca ou as marcas, que o senhor quer deixar na cidade. Qual será o seu legado?
Sérgio: Trabalho. O que a gente faz é trabalhar, eu não me preocupo com crítica, nem me iludo com elogios, eu tenho aqui uma equipe que sabe o que tem que fazer, seguindo o plano de governo, tendo a meta para bater e, se deus quiser, vai dar tudo certo. A mais fulano está me criticando, deixa ele falar, vamos seguir nosso trabalho, muito trabalho, essa é a nossa marca, por isso estamos mudando a realidade de Poços e vamos mudar ainda mais. Já afirmo que vamos entregar em 2024 uma cidade totalmente moderna, totalmente diferente do que pegamos, que futuramente estará entre as 50 melhores cidades do Brasil.
“A prefeitura tem que cuidar de Educação, Saúde, infraestrutura, mas não de turismo. Para isso, precisamos de alguém que tenha expertise nisso, de uma empresa que viva disso, que traga investimentos para a cidade, transformando nosso turismo”.
Alô: Como está o processo de licitação para a concessão dos pontos turísticos de Poços de Caldas?
Sérgio: Vai ser um legado a terceirização para o turismo que vamos deixar para a cidade. Não dá mais para Poços ficar com esse turismo que ela tem hoje que é bom, mais que pode ser muito melhor do que é. Precisamos trazer os investimentos privados, aqui em Poços tinha um tabu: quem cuida turismo é a prefeitura e só ela faz os investimentos no setor.
A prefeitura tem que cuidar de Educação, Saúde, infraestrutura, mas não de turismo. Para isso, precisamos de alguém que tenha expertise nisso, de uma empresa que viva disso, que traga investimentos para a cidade, transformando nosso turismo. No Brasil inteiro é feito assim, podemos citar Campos do Jordão, olha o turismo deles. Lá, estava previsto pela empresa investir R$ 19 milhões, investiram R$ 80 milhões. A empresa pagou para investir no turismo dessa prefeitura, olha como gera dinheiro.
Muita gente acha que não vive do turismo, mas ele é fundamental para o comércio, para as empresas e precisamos investir nisso, sei que não é fácil, é uma coisa nova, feita apenas em cidades grandes, mas que já está fazendo em cidades de pequeno porte, como acabei de citar, Campos de Jordão. A previsão é que eu abra os envelopes da licitação em janeiro.
“Não vamos conseguir transformar o hospital de campanha numa maternidade, estamos vendo ainda se interessa manter aberto para instalar outro projeto ali ou não”.
Alô: Quais são os principais projetos para a cidade no pós-covid 19?
Sérgio: O Hospital de Campanha a gente queria muito transformá-lo em um hospital maternidade, mas não depende só da prefeitura, dependemos da própria Santa Casa ter interesse de fazer isso. No primeiro momento eles se manifestaram favoráveis, mas agora mudaram de ideia, ela não tem mais interesse em participar numa possível maternidade. Então isso fica abortado, não vamos conseguir transformar o hospital de campanha numa maternidade, estamos vendo ainda se interessa manter aberto para instalar outro projeto ali ou não.
Na saúde o que mais vamos fazer nos próximos meses é resgatar o que ficou parado nessa pandemia, as cirurgias eletivas, consultas, exames, hoje temos muita gente esperando, vamos avançar nisso, também com a ajuda da Câmara Municipal, que participou financeiramente disso, antecipando o dinheiro para a Prefeitura, colocamos o mesmo valor, para que a gente possa passar, dezembro e janeiro e, depois de fevereiro, mais recursos para que até o meio do ano possamos equilibrar essa parte de saúde, para conseguimos ter a liberdade de avançarmos em outras áreas, sempre lembrando que a saúde é essencial.
“Iniciamos a Operação Asfalto, que está recuperando o asfalto da cidade, começando pelos piores locais, até que a gente possa chegar nos que estão razoáveis. Por exemplo, nós estamos fazendo na avenida João Pinheiro, onde alguns trechos estavam péssimos, vamos recuperar ela antes do Natal e vamos avançando nos bairros também. Vamos começar nos bairros mais simples, faço questão de dar esse tratamento igual ao do centro”.
Alô: Um novo programa de asfaltamento está em curso. Ele abrangerá toda a cidade?
Sérgio: Eu falava na campanha que esse mandato seria o mandato do asfalto. O asfalto é uma das demandas mais intensas em todas as cidades e, Poços mais ainda. Isso porque Poços ficou praticamente 30, 40 anos sem ter um investimento em asfalto. Você andava na cidade e via somente o ‘tampa buraco’. Eu sou da Secretaria de obras há 28 anos e já estou aqui na prefeitura há cinco. Eu fiquei 24 anos ouvindo vamos fazer operação tapa-buraco e hoje eu posso falar que eu não ouço mais operação tapa-buraco.
Iniciamos a Operação Asfalto, que está recuperando o asfalto da cidade, começando pelos piores locais, até que a gente possa chegar nos que estão razoáveis. Por exemplo, nós estamos fazendo na avenida João Pinheiro, onde alguns trechos estavam péssimos, vamos recuperar ela antes do Natal e vamos avançando nos bairros também. Vamos começar nos bairros mais simples, faço questão de dar esse tratamento igual ao do centro, pois antigamente tinha um tabu que o prefeito só fazia coisas no centro e esquecia dos bairros.
Com a gente é diferente os bairros tem prioridade. O Jardim Kennedy por exemplo, eu vou lá e as pessoas falam para mim que nunca um prefeito fez tanto como eu fiz pelo bairro que eles moram. Vamos fazer muito mais. Vamos fazer isso em todos os bairros, vamos deixar uma cidade linda, moderna, com inovação. Poços de caldas vai ser outra cidade.
Alô: Como o senhor vê o cenário das eleições de 2022, em especial, para deputados federais e estaduais do sul de Minas?
Sérgio: Quando tinha poucos partidos havia condições de fazer uniões, o Brasil não tinha tantos partidos. Poços chegou a fazer dois estaduais e dois federais ao mesmo tempo, nos anos mais recentes Poços, sempre teve um estadual e um federal e eles eram os candidatos, ninguém falava que queria ser candidato a esses postos. De um tempo para cá o Brasil começou a facilitar muito a criação de partidos, hoje são 35 partidos e aí são 35 legendas querendo lançar candidato, é complicado. Por exemplo, Poços antigamente tinha três candidatos a prefeito, na minha primeira eleição foram 8 e na segunda foram 9, e a próxima com certeza serão mais de 10, o eleitor fica até confuso com tantos candidatos.
Quanto a deputado, espero que possamos entrar em um consenso, pelo menos dentro do grupo, para que possamos apoiar dois candidatos com chances reais de serem eleitos. Você ser candidato de você mesmo, pode ser, basta ir a um partido e ele te lança, mas um candidato com chances reais precisa ter um grupo que o apoie e muitos partidos que queiram abraçar a sua candidatura, para que ele possa ter o apoio do governo, do prefeito, para ter essa visibilidade de candidato e a população abraçar a candidatura.
Tomara que aja esse consenso, passaram de 500 candidatos a deputado estadual e federal que tiveram votos aqui, entre um voto, 10 até 1000 votos, um número absurdo! Isso faz a gente não conseguir eleger um representante. Na eleição passada nós praticamente conseguimos votos para eleger, mas por conta da legenda não deu. Os dois candidatos que apoiamos perderam, infelizmente, o sistema eleitoral acaba sendo injusto nesta parte.
Precisamos muito ter deputados da cidade. No sistema político brasileiro o deputado tem muita força, o deputado consegue muito investimento para a cidade, então é fundamental que a gente possa ter um deputado. Hoje, temos o deputado estadual Mauro Tramonte, mas ele não foi exatamente eleito pela cidade, ele se elegeu com a maior votação na história de Minas, mas com muitos votos na região metropolitana. Ele ajuda muito Poços, mas podemos ter dois, ele e mais um de Poços também.
Como falei lá atrás, antes tínhamos dois deputados e hoje podemos ter de volta esses dois, mas precisa que a população se conscientize e vote aqui, que não se deixe levar por um amigo, conhecido ou igreja, ou seja lá quem pediu para votar em alguém de fora. Esse deputado não vai ter compromisso com Poços, pode até ajudar, mas não vai ser como Poços precisa de forma significativa. Quero contar com a população de Poços nisso, lembrando que eu não sou candidato. Sou candidato a continuar prefeito e terminar esse mandato, mas que a população tenha a certeza que vou apoiar dois candidatos a deputado.