Por Tiago Monteiro Tavares e João de Carvalho –
Hoje (27) em entrevista exclusiva ao Alô Poços, o Governador do Estado de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), fala sobre sua experiência na política em seu primeiro mandato, as dificuldades encontradas e a sua relação atual com o Partido Novo. Zema ainda destacou os trabalhos realizados no Sul de Minas, em especial Poços de Caldas, e falou sobre a reeleição ao Governo do Estado.
Natural de Araxá, cidade do Triângulo Mineiro, Romeu Zema, 54 anos, é pai de dois filhos. Formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (SP), iniciou sua trajetória profissional bem cedo, aos 11 anos, seguindo os passos de seu pai. Foi cobrador, frentista, balconista, estoquista, caixa, comprador, vendedor, analista de marketing, analista comercial e gerente.
Apaixonado por gestão e desenvolvimento de pessoas, incentivou práticas que refletem na presença do Grupo Zema no ranking das “Melhores Empresas para se Trabalhar” há 15 anos, de acordo com pesquisas do Instituto Great Place to Work.
Atualmente, Romeu Zema é membro do Conselho do Grupo Zema, composto por empresas que operam em cinco ramos: Varejo de Eletrodomésticos e Móveis, Distribuição de Combustível, Concessionárias de Veículos, Serviços Financeiros e Autopeças.
São 5 mil empregados diretos e aproximadamente 1.500 indiretos. O Grupo Zema é a maior rede a atender prioritariamente as cidades do interior do Brasil com até 50 mil habitantes.
Em 2018, se candidatou pela primeira vez e foi eleito pelos mineiros como Governador do Estado, com 71,80% dos votos válidos (6.963.806 votos). Em sua primeira experiência política, ele vem ganhando a confiança dos mineiros com sua simplicidade e exemplo de postura política, sendo atualmente um dos governadores mais bem avaliados do país. Confira:
Alô- Governador, o senhor é um empresário de sucesso e entrou para a vida pública como um outsider, como está sendo governar Minas Gerais?
Zema: Está sendo um grande desafio. Encontramos um Estado completamente quebrado. Dívidas com prefeituras e fornecedores, pagamento dos servidores em atraso e serviços precários. Situações que não vivi na minha vida de empresário. Embora a gestão pública tenha suas particularidades, é possível implantar boas práticas que dão certo nas empresas. Um exemplo é que os nossos secretários de Estado passaram por um processo de seleção para serem nomeados. Foram escolhidos pela competência. Isso aconteceu também com outros cargos importantes no Estado. Logo no início do governo, lançamos o Transforma Minas – um processo seletivo transparente e criterioso para preenchimento de vagas em posições estratégicas e cargos de liderança no Estado, que são os cargos de livre nomeação do governador. Desde a sua implantação, foram mais de 200 vagas preenchidas, incluindo cargos para primeiro escalão. Cerca de 30 mil interessados se inscreveram nos processos seletivos. Nosso governo não tem apadrinhamento, todos trabalham porque têm competência. Em janeiro de 2019, entramos e fizemos uma reforma administrativa. Cortamos milhares de cargos comissionados e reduzimos de 21 para 12 secretarias. Além disso, as estatais passaram a ser administradas de forma séria e eficiente, atendendo critérios técnicos, e não interesses político-partidários.
“Apenas nos primeiros dois anos, em função das ações adotadas, o governo mineiro conseguiu reduzir em 49% as despesas não obrigatórias do Estado, como aluguéis, diárias, passagens, almoxarifado e contas de água e de luz, proporcionando uma economia de R$ 1,2 bilhão no período. Esse ano de 2021 nós começamos a colher o resultado do que plantamos ao longo da nossa gestão. Em agosto voltamos a pagar o funcionalismo no quinto dia útil, o que não ocorria há seis anos. Agora pagamos de forma integral o 13° em dezembro, o que também não ocorria desde 2015”.
Romeu Zema
Alô- O senhor pegou o estado em um momento de grande crise financeira, com parcelamento de salário dos servidores e desequilíbrio fiscal. Um dos problemas era a retenção de recursos destinados às prefeituras. Como está hoje a situação financeira e fiscal do estado?
Zema: Durante os dois primeiros anos do nosso governo, fizemos o trabalho de arar a terra e plantar as sementes. Fizemos um enorme esforço de gestão para economizar recursos, uma vez que encontramos uma terra arrasada com o Estado quebrado e cheio de problemas. Aos poucos fomos equilibrando as contas e arrumando a casa. Uma das principais medidas foi a implementação de um programa de ajuste de gastos. Apenas nos primeiros dois anos, em função das ações adotadas, o governo mineiro conseguiu reduzir em 49% as despesas não obrigatórias do Estado, como aluguéis, diárias, passagens, almoxarifado e contas de água e de luz, proporcionando uma economia de R$ 1,2 bilhão no período. Esse ano de 2021 nós começamos a colher o resultado do que plantamos ao longo da nossa gestão. Em agosto voltamos a pagar o funcionalismo no quinto dia útil, o que não ocorria há seis anos. Agora pagamos de forma integral o 13° em dezembro, o que também não ocorria desde 2015. Isso tudo é fruto de muito trabalho e de uma gestão profissional, que não tem privilégios, que corta na própria carne, que respeita o dinheiro do pagador de impostos. Então, é necessário que todo governante tenha essa responsabilidade. É isso que temos feito em Minas Gerais. Usar cada real com muita segurança, dentro daquilo que a lei determina. Graças a esse trabalho, a situação fiscal de Minas está melhorando, mas há ainda muita coisa a se fazer. Mas para isso precisamos de aprovar o Plano de Recuperação Econômica. O projeto está na Assembleia para ser votado desde 2019 e não foi pautado. Sem a aprovação desse projeto, Minas poderá ter que arcar com um pagamento de mais de R$ 30 bilhões de uma só vez, o que colocará em risco o que conquistamos e impedir que avançamos ainda mais.
Alô- Quais são as prioridades do seu governo para 2022?
Zema: Em 2022, nossa prioridade é continuar realizando a maior campanha de vacinação da história para que possamos superar de vez a pandemia da Covid-19 que enfrentamos desde 2020. Também contamos com a aprovação do Plano de Recuperação Econômica que vai nos dar previsibilidade para avançarmos nas políticas públicas que estamos adotando. É importante destacar que esse plano não impede a realização de concursos nem a progressão de carreiras do servidor, muito menos a recomposição salarial. Pelo contrário, com a aprovação do Plano poderemos conceder o reajuste para todas as categorias do funcionalismo público para recuperar as perdas inflacionárias. Importante destacar também que o novo modelo do Regime de Recuperação Fiscal não exige a privatização de empresas como Cemig, Copasa e Gasmig. Nós temos uma dívida de mais de R$ 150 bilhões que se houver a aprovação do Plano de Recuperação Econômica poderemos pagar em trinta anos. Se não houver a aprovação teremos que retomar o pagamento das parcelas e ainda quitar o passivo que deixamos de pagar por meio de liminares judiciais, o que demandaria um desembolso de mais de R$ 30 bilhões em um único pagamento. Esse governo é sério, compromissado com a previsibilidade e só teremos previsibilidade com a aprovação do Plano. E previsibilidade é fundamental para alcançarmos outra prioridade do meu governo que é a geração de empregos. As empresas só sentem interesse em investir em Minas porque conseguimos dar previsibilidade com a nossa gestão eficiente. Por isso, atraímos R$ 192 bilhões de investimentos para Minas Gerais, que vai gerar mais de 100 mil empregos diretos. O meu sonho é termos um emprego para cada mineiro.
“Recentemente também lançamos o edital de concessão de rodovias dos dois primeiros lotes, um no Triângulo e outro no Sul de Minas. Serão 454,3 km que serão concedidos no Sul de Minas, o que vai garantir a melhoria e manutenção das rodovias”.
Alô- Sobre o sul de Minas, quais são os projetos que serão concretizados neste e no próximo ano na região?
Zema: O Sul de Minas é uma região que tem muita atenção do nosso governo. Na Educação, foram destinados R$21,5 milhões para o programa Mãos à Obra no Sul de Minas. Foram entregues ou estão em execução 60 obras previstas em 51 escolas distintas. Na 6ª etapa do programa estão previstas 15 obras de cobertura de quadras na região. Recentemente também lançamos o edital de concessão de rodovias dos dois primeiros lotes, um no Triângulo e outro no Sul de Minas. Serão 454,3 km que serão concedidos no Sul de Minas, o que vai garantir a melhoria e manutenção das rodovias. Esses lotes demandarão investimentos estimados em R$ 4,5 bilhões ao longo dos 30 anos de concessão, sendo R$ 2,4 bilhões nos oito primeiros anos. A nossa expectativa é que os recursos ampliem a segurança e o conforto nas vias, com a inclusão de serviços para os usuários, como socorro mecânico, atendimento médico, combate a incêndios e apreensão de animais. Também estamos recuperando uma série de estradas com recursos próprios aqui na região.
“Poços de Caldas é uma cidade muito importante para o desenvolvimento regional de Minas e certamente um dos principais atrativos do Estado para impulsionar o turismo nessa retomada que estamos vivendo. Tivemos a alegria, de no último dia 6 de novembro, aniversário de 149 anos da cidade, anunciar a implantação da Rede Integrada de Proteção ao Turismo. A iniciativa envolve a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e a Prefeitura Municipal, além da cadeia produtiva do turismo e a comunidade em geral”.
Alô: Poços de Caldas é a maior cidade do Sul de Minas. Como o senhor enxerga seu potencial turístico e econômico e quais são os projetos do estado para a cidade?
Zema: Poços de Caldas é uma cidade muito importante para o desenvolvimento regional de Minas e certamente um dos principais atrativos do Estado para impulsionar o turismo nessa retomada que estamos vivendo. Tivemos a alegria, de no último dia 6 de novembro, aniversário de 149 anos da cidade, anunciar a implantação da Rede Integrada de Proteção ao Turismo. A iniciativa envolve a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e a Prefeitura Municipal, além da cadeia produtiva do turismo e a comunidade em geral. O objetivo é promover a segurança pública, a cultura e o turismo, e, assim, estimular a geração de emprego e renda na cidade. Poços de Caldas também recebeu o reforço de viaturas dos Bombeiros e a Inauguração da nova sede da 6ª Base Regional de Aviação do Estado (6ª BRAVE). No pacote de rodovias que estão dentro dos lotes estão as rodovias LMG 877 e CMG 146, que fazem a ligação de Poços de Caldas com outras cidades aqui da região.
Alô- O partido Novo tem uma série de peculiaridades, entre elas um processo seletivo para os candidatos. Saiu João Amoedo, um dos fundadores do partido, e entrou Felipe D’ Ávila. Como o senhor avalia a mudança de rumo do partido quanto à escolha do candidato à presidência?
Zema: O partido está em um processo de amadurecimento e vai passar por algumas mudanças. Antes, havia a ideia do exército de snipers. Só podia entrar no partido quem era sniper. Mas nenhum exército do mundo ganhou guerra só com sniper. É preciso motorista de caminhão, de gente que carrega alimento. Caso contrário, você não tem um grande exército. Precisamos de gente de toda forma. Precisamos de mais vereadores, prefeitos, deputados estaduais, federais, governadores e presidente também. Com esse crescimento, nossa marca da ética, da competência, vai ficar muito mais visível. Nós não vamos perder isso. É muito melhor crescer e ir mudando com o amadurecimento. E a escolha por Felipe D’Avila representa esse amadurecimento.
Alô- Como é a relação partidária com o Novo e qual suas expectativas com o partido, vai continuar nele?
Zema: Como falei, o partido Novo está amadurecendo e eu continuo no partido. Temos agora o Felipe D’Avila como pré-candidato à presidência que terá o meu apoio.
Alô – Como o senhor analisa a representação de Poços de Caldas e do Sul de Minas em geral na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional? O senhor apoia quais candidatos na região?
Zema: Poços de Caldas é uma cidade muito importante e que merece cada vez mais estar bem representada no nosso legislativo. A Eleição ainda está distante. Estamos focados aqui no nosso trabalho no governo do Estado.
Alô – O senhor é um dos governadores mais bem avaliados do país. Disputará a reeleição em 2022?
Zema: Sou sim pré-candidato à reeleição ao governo. Já arrumamos a casa, equilibramos as contas, mas há ainda muito o que ser feito. Não é possível arrumar um estado que estava falido em apenas quatro anos. Mas nesse momento estamos com o foco total no trabalho que estamos desempenhando em Minas. Vamos pensar em eleição no momento certo, depois de julho.
Parabéns Thiago pelo trabalho.
Excelente! Parabéns pelos desenpenhos.Ficamos esperançosos em um futuro cada vez melhor para Minas Gerais!