Equipe de Fernando Haddad estima que a medida deve render R$ 242 bilhões para as contas públicas em 2023
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou, nesta quinta-feira (12/1), o Programa “Litígio Zero”, uma espécie de Refis para pessoas físicas, micro e pequenas empresas inadimplentes. A equipe econômica estima que a medida deve render R$ 242,68 bilhões para as contas públicas em 2023.
O montante estimado representa 1,61% do Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa do governo é terminar o ano com as contas no azul em R$ 11,13 bilhões de superávit primário, apesar do rombo atual. O orçamento deste ano tem previsão de déficit de R$ 231,5 bilhões, segundo a Lei Orçamentária Anual (LOA).
Haddad ressaltou que, apenas no melhor dos cenários haverá superávit, com 0,1% do PIB. A previsão real, no entanto, é um déficit de menos de 1% do PIB, o equivalente a um valor entre R$ 90 bilhões e R$ 100 bilhões.
A Fazenda ainda projeta que o programa será suficiente para manter as contas públicas no azul também em 2024.
O novo Refis será implementado por quatro medidas provisórias (MP), duas portarias (uma delas interministerial com o Planejamento) e dois decretos. O anúncio foi feito na sede do Ministério da Fazenda, em Brasília. Antes de divulgar a medida, Haddad se reuniu nesta quinta com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Quem terá direito ao Refis
Pessoas físicas, micro e pequenas empresas receberão entre 40% a 50% de desconto sobre o valor total do débito (tributo, juros e multa) e terão até 12 meses para pagar, independente da situação da dívida ou capacidade de pagamento, para dívidas de até 60 salários mínimos.