Uma publicação do médico Flávio Freitas, de Ilhabela, em São Paulo, viralizou nas redes sociais por uma suposta previsão do deslizamento rochoso em Capitólio, nesse sábado (8). Em 2012, o cirurgião publicou uma foto de uma pedra no paredão da Represa de Furnas e escreveu na legenda: “Essa pedra vai cair”.
Após a repercussão da postagem, o médico publicou hoje (9) um vídeo em que explica sua observação. Segundo ele, a foto realmente é do local onde houve o deslizamento. “Imediatamente reconheci que seria o local que eu havia passado em Capitólio. Eu lembrei que tinha tirado uma foto nesse local e fui ver o comentário fiz na época”, detalha.
O médico explica que somente observou o tamanho da fenda que se formava nas laterais da represa. “Eu sou cirurgião geral, não sou geólogo, não tenho conhecimento técnico. Mas visualmente era uma coisa que sem dúvidas apresentava uma chance de queda”, justificou.
Flávio afirma que a única diferença observada na imagem é em relação ao nível da represa. De acordo com o médico, em 2012, a água estaria de 10 a 12 metros acima. Por isso na época ele não teve a dimensão do tamanho da rocha que se desprendia do paredão.
O cirurgião também rechaça qualquer associação com uma “premonição” e insinuações de que a publicação seja adulterada. “Foi um comentário que eu fiz porque realmente a fenda era muito grande. Estava bem claro e evidente que aquilo tinha uma chance de queda”, afirmou.
“Algumas pessoas, maldosamente, começaram a falar que eu editei foto, comentário. Eu sou médico, eu luto por vidas. Eu não quero aparecer justamente em situação de morte. Infelizmente foi uma constatação que acabou sendo essa fatalidade”, acrescentou.
Dez vítimas
Até a tarde deste domingo (9), já são 10 vítimas da tragédia em Capitólio. Todos eram passageiros da lancha “Jesus”, a única que teve mortes registradas no deslizamento rochoso na Represa de Furnas até agora. O Corpo de Bombeiros afirma que as buscas continuam, pois podem surgir mais vítimas.
Em coletiva de imprensa, o delegado da Polícia Civil de Minas Gerais Marcos Pimenta informou que os esforços da corporação estão voltados para a identificação oficial das vítimas localizadas. No entanto, o reconhecimento informal já foi realizado e os familiares das vítimas foram informados.