Israel e Rodolffo, Guilherme e Benuto, Vinícius, Allana Macedo e outros cantores relembram histórias vividas nos bastidores e palcos das festas de peão.
“Golpe das flores”, tensão pré-show, realizações de sonhos e noites de bebedeira. Essas são algumas das histórias vividas por artistas sertanejos em várias festas de rodeio espalhadas pelo Brasil.
Sejam artistas estreantes ou veteranos, todos têm algo para contar sobre causos nos palcos, bastidores ou até mesmo em meio ao público.
O g1 perguntou para alguns artistas que já passaram por esses eventos para saber se eles tinham histórias marcantes para compartilhar, e o resultado foi uma lista de causos divertidos e emocionantes.
Juan Marcus e Vinicius e o “golpe das flores”
Donos dos hits “Alguns Defeitos” e “Volta Marcada”, Juan Marcus e Vinícius relembraram que já sofreram um “golpe das flores” em plena apresentação no palco.
“Tinha um cara na frente [do palco], cheio de flores, aqueles caras que fica vendendo flor, e aí ele oferecendo pra mim, falando: ‘pega, pega’. E eu: ‘não, não, não’. Não queria, mas fui, peguei, distribuí pra todo mundo, mandei beijo…”, relembra Vinícius.
“Na hora que eu desci do palco, ele falou: ‘Deu R$ 350 reais’. Falei: ‘oi?’. Rapaz, mas foi um rolo. Enfim, morri nos R$ 150. Ou seja, não peguem nada de estranhos. Achei que fosse um presente, distribuí no palco do Barretão.”
Clayton e Romário ‘até o sol raiar’
A dupla Clayton e Romário iniciou a carreira artística há 15 anos, quando o pai deles os levou para uma temporada em Barretos. Com isso, a cidade paulista e a tradicional Festa de Peão ficaram marcadas na trajetória da dupla, que atingiu o sucesso com as lives no meio da pandemia.
“A gente dormia dentro da van. A gente ia dormir 7 horas da manhã, que era a hora que o som acabava. Porque o Jerominho [Jerônimo Luiz Muzetti, presidente do grupo Os Independentes], não sei se vocês conhecem, mas pensa num homem que gosta de festa”, relembra Romário.
“Jerominho é o dono da festa lá, então assim, vai até o sol raiar. Então aí, acabava lá, 10 horas da manhã, já tava acordado, já tava suando.”
“E a gente ficava o dia inteiro andando naquele parque do peão, conhecendo, vendo os artistas passar som naqueles palcos, a gente ficava olhando: ‘bicho, será que um dia nós vamos tá aqui nesse palco?’. E hoje a gente tá podendo sentir essa emoção de realizar esse sonho”, celebra Clayton.
Netto e Henrique em ‘show para oito pessoas’
A dupla Netto e Henrique estreia nos palcos de Barretos nesta edição, mas já curtiu o evento como fãs, no meio do público.
“Lembro que eu fui em Barretos quando Henrique e Juliano nem estavam fazendo muito sucesso. O show deles começou 5h30, e tinha eu e mais, sei lá, oito pessoas só assistindo ao show deles”, recorda Henrique.
“Lembro certinho, nunca esqueci disso. E esse ano, a gente vai estar naquele mesmo palco. Então é uma realização enorme.”
Allana Macedo: ‘bebi, esqueci, só lembro que cantei’
Allana Macedo é mais uma artista que fará seu primeiro show completo no palco de Barretos. Mas a cantora já esteve na festa, tanto no público quanto fazendo uma participação especial, momento de grande celebração para Allana.
“Sei que fiquei dois duas em Barretos, fui até amanhecer, muita coisa eu não lembro, porque bebi todas de felicidade. Tava feliz demais, não é sempre que a gente tá em Barretos”, conta Allana.
“Então a gente quer aproveitar ao máximo. Acho que minha história é essa. Cantei, desci toda feliz, ‘vamos beber’, e esqueci (risos). Só lembro que cantei. E voltei pra casa sã.”
Guilherme e Benuto com ‘muitas histórias, mas poucas para contar’
Guilherme e Benuto brincaram que já passaram por muitas histórias em Barretos, mas nem todas podem ser reveladas.
“A gente tocou uma vez com o trio [Villa Baggage], mas eu já tinha tocado umas quatro vezes antes com dupla, porque eu toco sanfona e tocava pras duplas, eu era freelancer”, relembra Guilherme, que fará estreia em Barretos enquanto dupla nesta edição do evento.
“Então já fui quatro vezes, ia lá, tomava todas, tava nem aí pra nada…”, relembra.
“Lembra aquela vez que foi maior galera, ficamos numa chácara lá…nossa… História tem um monte, o problema é poder contar, né? Esse que é o problema”, brinca Benuto.
Israel e Rodolffo em ‘show para pouquíssimas pessoas’
Um dos destaques da festa de 2022, Israel e Rodolffo recordaram das vezes em que já tocaram para um público bem pequeno.
“Cantamos pra pouquíssimas pessoas ali. E os perrengues sempre acontecem, só mudam de formato”, contou Israel, antes de Rodolffo entregar que o parceiro tem “as histórias mais ‘massa'” vividas, tanto em Barretos quanto em outros palcos que já passaram ao longo dos anos.
“As engraçadas, as que tem mais engajamento”, destacou Rodolffo.
“As minhas quedas, né?”, questionou Israel, já arrancando risadas do parceiro e logo emendando:
“Cantamos pra pouquíssimas pessoas ali, já aconteceu. E os perrengues sempre acontecem, só mudam de formato, mas a gente graças a Deus tem bastante experiência e vivência nesse ramo, a gente sabe como funciona tudo, são 27 anos de história, então a gente entende ali o que que tá acontecendo no momento, mas os perrengues acontecem.”
Vinicius em ‘tensão pré-show com repertório de veteranos’
“A gente chegou para fazer o show no camarim e dentro do nosso camarim tava o repertório de show do Chitão. Eu fiquei apavorado. Falei para o João: ‘Meu Deus do céu, o que que nós vamos fazer depois desses homens, gente? Que nós estamos fazendo aqui? Só tem sucesso'”, recordou o cantor.
“O repertório dos caras era ‘Chora Me Liga’ do começo ao fim. Como que vou cantar depois?”, afirmou Vinícius, aos risos, citando o maior sucesso da dupla.
“Eu lembro foi bizarro, porque a gente chegou no nosso camarim, eu dei de cara com aquele repertório, eu falei: ‘Misericórdia! Os homens estão no palco cantando, depois é a gente, que que eu tô fazendo aqui?’.”
Maria Cecília e Rodolfo ‘babando com Shania Twain’
Veteranos na Festa do Peão de Barretos, Maria Cecília e Rodolfo guardam diversas histórias da festa, mas a cantora cita um show internacional que conseguiu assistir, em 2018, como o mais marcante.
“Acho que, pra gente, o mais marcante foi poder assistir ao show da Shania Twain, que a gente foi e ficou ali embaixo babando nela. Aquilo foi muito especial”, cita Maria Cecília.
“Já fizemos show em trio elétrico em Barretos. Trio elétrico no meio dos bois. Foi muito bacana. Você entra em Barretos 6 da manhã, com sol quente, e a galera tá toda lá. Barretos é único, é especial”, recorda Rodolfo.