Dois homens acusados de manter três mulheres em cárcere privado foram presos nesta quarta-feira (23) em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Civil, eles se passavam por falsos agenciadores de artistas para atrair as vítimas, sendo que um deles ainda fingia ser um delegado da Polícia Federal.
As mulheres foram atraídas por uma proposta de trabalho como atrizes em um filme. Uma delas conseguiu fugir do cativeiro e denunciou o caso na delegacia de Campo Grande, Zona Oeste da capital fluminense.
Os homens foram encontrados e presos em um apartamento no bairro Icaraí, em Niterói. Ainda conforme a Polícia Civil, eles podem responder por cárcere privado, trabalho escravo, estupro de vulnerável e estelionato.
Intimidação
De acordo com o Extra, Everton Lamartine Matte, que se passava por delegado, exibia às vítimas armas de brinquedo e uma placa com seu nome e suposto cargo. Ele fingia que sua casa era um set de filmagens e sede de uma produtora cinematográfica.
O homem se passava por delegado para intimidar as mulheres, evitando que elas o denunciassem. Quando a terceira vítima disse às outras que tinha um plano de fuga, as duas pediram que o caso não fosse levado para a polícia na região, já que Everton dizia que tinha contatos e poderia intervir.
Ainda conforme o jornal, ele já tinha passagem pela polícia por estupro e pedofilia, mas não houve condenação. Os policiais apreenderam na casa dele computadores e equipamentos eletrônicos, além das armas falsas. Um terceiro ainda fugiu e é procurado.
O golpe
A terceira vítima foi atraída depois de ver uma publicação em redes sociais que buscava atrizes para integrar o elenco de um filme, que seria produzido pela “Matte Filmes”. Por meio de contato por telefone, ela agendou duas gravações.
A primeira foi realizada em um restaurante da Barra da Tijuca, no Rio, no dia 8 de fevereiro, e a mulher recebeu pagamento de R$ 250 por Pix. Já a segunda seria feita na suposta sede da produtora, a casa de Everton Lamartine Matte.
A mulher chegou a fazer uma gravação, mas quando foi tomar banho e trocar de roupa, outras duas entraram no banheiro chorando e pedindo ajuda, dizendo que ela deveria sair do local. Mas, ao tentar deixar o apartamento, a vítima viu que não conseguiria.
Ainda conforme o Extra, uma das vítimas relatou que Everton propôs que ela fizesse fotos nua, mas ela não aceitou. Ele, então, a obrigou a assinar um contrato de exclusividade de agenciamento obrigando-a a fazer vários serviços. Caso ela não concordasse, seria um caso de quebra de contrato e ela teria que pagar R$ 30 mil.
A terceira vítima conseguiu fugir após pegar a chave do apartamento escondida e deixar o local durante a noite, denunciando o homem à polícia.
Edição: Giovanna FáveroVeja mais sobre:Crime, Polícia Civil, Polícia Federal, Rio de Janeiro
*Fonte: BHAZ