O hospital referência de Minas Gerais no atendimento de crianças está lotado. No Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte (MG) são 105 enfermarias e 16 UTIs pediátricas, tudo ocupado. Com o aumento do quadro de doenças respiratórias, 18 salas de observação também passaram a funcionar como leitos. E mais dez leitos de terapia intensiva estão sendo abertos no setor de urgência do complexo hospitalar.
Segundo a direção, a média de atendimentos vem subindo desde outubro do ano passado. Só neste mês, já foram 6 mil atendimentos.
“Temos um cenário de aumento de demanda respiratória, principalmente causada pela Covid em crianças; 62% dos atendimentos são relacionados a doenças respiratórias, e destes, mais ou menos 30%, 40% agora em janeiro estão relacionados à Covid”, afirma Fabrício Giarola, diretor do Complexo Hospitalar de Urgência da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais.
Por causa dessa situação, as visitas estão restritas no hospital. E com a alta procura, o atendimento para outras doenças também está comprometido.
“A doutora falou que está faltando funcionário. É por isso que ela demorou para atender”, diz a professora Ana Paula Gomes dos Santos.
A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais, responsável pelo hospital infantil em Belo Horizonte, informou que conseguiu dobrar a capacidade de atendimento com a contratação de mais pediatras. Só que muitos profissionais estão sendo afastados com suspeita ou confirmação de Covid.
A orientação é para que os pais procurem também as unidades de pronto atendimento e os centros de saúde que, em BH, estão funcionando em horário ampliado, justamente para atender os casos de gripe ou Covid.
A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, reforça que a vacina é o caminho para evitar que mais crianças precisem de internação. Em Belo Horizonte, segundo a prefeitura, 46% das crianças entre 5 e 11 anos receberam a primeira dose da vacina contra a Covid.
“É muito importante que os pais busquem vacinar seus filhos. As crianças continuam o grupo de menor risco, mas com a quantidade de casos, proporcionalmente, hoje, elas são as que mais internam por Covid-19. Deixar uma criança sem a vacina contra a Covid, hoje, é uma irresponsabilidade”, ressalta Isabella Ballalai.
*Fonte: g1/ Jornal Nacional