Agência Pública entrou em contato com o gabinete do presidente da Câmara dos Deputados e resposta veio por meio de uma nota pouco amistosa
O presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP-AL), foi obrigado a reconhecer uma filha que teve num relacionamento extraconjugal em 2002 com uma mulher que era entregadora de panfletos de sua campanha para a Assembleia Legislativa de Alagoas. A decisão, que não é nova, data de 2010, mas uma reportagem investigativa da Agência Pública descortinou a dura história da mãe, que com uma filha pequena renegada e com uma doença rara, a Síndrome de West, que provoca muitas convulsões e atraso no desenvolvimento psicomotor, precisou ir à Justiça em 2016 para conseguir o direito aos medicamentos de alto custo para tratar a criança, que hoje é uma jovem de 19 anos.
A matéria informa que a filha de Lira vive atualmente numa casa simples de um município da Região Metropolitana de Maceió, e que é totalmente dependente de cuidados intensivos, pois não anda e não se alimenta sozinha. Ela é cuidada pela avó durante o dia, já que a mãe, atendente de bilheteria, precisa trabalhar.
A Agência Pública afirma na reportagem que entrou em contato com o gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, encaminhando dez questões para o parlamentar. No entanto, a resposta veio por meio de uma nota pouco amistosa.
“O povo brasileiro quer saber o que estamos fazendo para combater a inflação, reduzir o preço dos combustíveis, da energia, do gás de cozinha, dos alimentos. O povo brasileiro espera medidas que gerem mais empregos, renda e traga desenvolvimento. É isso que estamos fazendo dia-a-dia: buscando soluções que melhorem a vida de cada cidadão e cidadã. Esse é o nosso foco permanente. A vida privada de um homem público não interessa quando não há nenhuma relação de irregularidade ou ilegalidade”, respondeu sua assessoria.
A mãe da jovem preferiu não dizer nada novo para os repórteres, tampouco explicar o episódio.
“Eu não tenho nada para falar, sou uma pessoa normal, que segue a minha vida, trabalhando e fazendo as minhas coisas. Sem falar que minha vida pessoal não diz respeito a ninguém”, afirmou.
Constam ainda na matéria algumas informações contidas no processo que tramitou na Justiça alagoana, como o fato da mulher sequer ter conseguido falar pessoalmente com Lira sobre a gravidez, que teria sido comunicada a um assessor, e a negativa do político em assumir a paternidade, uma vez que à época ele era casado com Jullyene Lins, com quem teve dois filhos, um de 22 anos e outro de 18.
*informações portal Polêmica Paraíba