Atriz usou as redes sociais para falar sobre o diagnóstico positivo; ginecologista fala à CNN sobre a doença.
A atriz Larissa Manoela, de 21 anos, revelou nesta terça-feira (20) que foi diagnosticada com síndrome dos ovários policísticos, também conhecida pela sigla SOP, condição que provoca o desequilíbrio de determinados hormônios.
A atriz também afirmou ter endometriose, mas que recentemente se assustou com o diagnóstico positivo para a SOP.
“Ontem [19] através de um ultrassom detalhado eu descobri que além de endometriose eu tenho também ovário policístico. Não é fácil ser mulher. O diagnóstico positivo assusta e confesso dar uma desestabilizada. Mas estou certa de que vou encontrar o melhor tratamento para ambas as doenças!”, escreveu a atriz.
A doença tem se destacado como uma das desordens endócrinas mais comuns na idade reprodutiva, e sua prevalência em mulheres varia de 6% a 10%, de acordo com publicação da Federação Brasileiras das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
À CNN, a médica ginecologista e obstetra Juliana Stivaletti reitera que a SOP se caracteriza como um conjunto de sinais e sintomas que atingem mulheres principalmente na idade reprodutiva, e causam aumento do volume ovariano com padrão de cistos na periferia.
Principais sintomas
Dentre os principais sintomas que podem se apresentar nas mulheres com síndrome de ovários policísticos destaca-se a irregularidade menstrual, o aumento de pelos, aumento de peso, manchas na pele e dificuldade para engravidar.
Entretanto, mesmo sem a evidência destes sintomas, é importante fazer visitas regulares ao ginecologista para a realização de exames de rotina, que são capazes de detectar esta e outras doenças.
“Ao verificar os sintomas é preciso procurar o ginecologista para uma avaliação clínica, laboratorial e ultrassonográfica”, explicou a médica Juliana Stivaletti.
Ela complementa que o diagnóstico correto para a síndrome dos ovários policísticos pode ser detectado por ultrassom, exame de sangue e diagnóstico clínico.
SOP em adolescentes
A prevalência da síndrome dos ovários policísticos (SOP) na adolescência não é bem estabelecida, porque os sintomas e sinais que definem a síndrome frequentemente se sobrepõem às mudanças fisiológicas do eixo reprodutivo que ocorrem, habitualmente, nesse período, conforme explica a Febrasgo.
A federação ressalta que, para adolescentes, os critérios dos exames são mais estritos, sendo recomendado o acompanhamento anos após a primeira menstruação.
“Mesmo que preencha esses critérios, o diagnóstico feito na adolescência deve ser revisto após oito anos da menarca”.
Tratamento
A médica ginecologista explica que o tratamento engloba vários aspectos, que incluem mudanças na rotina e adaptação para uma vida mais saudável.
“Com mudanças de hábitos como correção da dieta, atividade física, além de medicações específicas com foco no tratamento da resistência insulínica e até mesmo tratamento hormonal em casos individualizados”, afirmou Stivaletti.
Com isso, cada paciente corresponde de uma forma, sendo recomendado o acompanhamento médico para definir o melhor tratamento ao seu caso.
“O tratamento se fundamenta em mudança de estilo de vida (perda de peso) e uso de contraceptivos orais combinados associados ou não ao uso de metformina”, destaca a Febrasgo.
Qual a melhor forma de conviver com a doença?
A médica explica que a Síndrome de Ovários Policísticos tem que ser vista como uma consequência e não causa, com isso, atitudes na nossa rotina podem impactar no tratamento da doença.
“Por isso, uma dieta pobre em açúcares, farinha branca, processados, industrializados e a inclusão de atividade física já são um excelente começo de tratamento e melhora do padrão ovariano e da qualidade de vida”, disse a ginecologista.
SOP e o impacto na fertilidade
A SOP pode causar anovulação, ou seja, ciclos menstruais sem ovulação, o que dificulta a gravidez espontânea, explica a médica à CNN.
“A correção desses fatores ambientais, juntamente com o tratamento adequado, ajudarão na melhora da qualidade do padrão ovariano e consequentemente da fertilidade”, finaliza Juliana Stivaletti.
Endometriose
Este julho deste ano, a cantora Anitta também utilizou as redes sociais para chamar a atenção para uma doença que afeta mais de 7 milhões de mulheres no Brasil: a endometriose.
Em publicação no Twitter, a cantora revelou que recebeu o diagnóstico de endometriose após uma série de exames.
“Pesquisem, galera. A endometriose é muito comum entre as mulheres. Tem vários efeitos colaterais, em cada corpo de um jeito. Podem se estender até a bexiga e causar dores terríveis ao urinar. Existem vários tratamentos. O meu terá que ser cirurgia”, disse Anitta.
A dor, que compromete a qualidade de vida da mulher, é um dos sintomas mais comuns da endometriose. Além disso, dificuldade para engravidar também pode acontecer em pessoas com a doença.
Os principais sintomas são: cólicas intensas durante o período menstrual, dor pélvica crônica, dor durante a relação sexual, alterações intestinais e urinárias na fase da menstruação, além de infertilidade.