Mães de alunos reagem às declarações da secretária de Educação e dizem que caos está se instaurando na escola da rede municipal
Na noite de ontem (08), a reportagem do Alô Poços publicou matéria referente à manifestação da mãe de dois alunos da Escola Municipal “Professora Edir Frayha”, localizada no bairro Nova Aurora, zona Leste de Poços de Caldas, município do Sul de Minas Gerais, que denunciava a ocorrência de assédio sexual entre os estudantes dentro da unidade educacional. No mesmo texto, a reportagem falou com a secretária Municipal de Educação, professora Maria Helena Braga, que disse não entender porque o caso teria voltado a mobilizar as redes sociais, uma vez que a ocorrência envolvendo um dos filhos dessa mãe teria ocorrido há dois meses. Relembre através do link noticia-de-assedio-sexual-em-escola-volta-as-redes-sociais-e-secretaria-faz-esclarecimento/.
Pois bem, tão logo a reportagem foi publicada, inúmeras ligações e mensagens viraram enxurradas nos celulares da equipe relatando que a situação não era bem a apontada pela secretária de Educação e que as suas afirmações não condizem com a realidade vivenciadas pelos estudantes daquela unidade da rede municipal de ensino.
De acordo com o relato enviado à reportagem, ainda na noite de ontem (08), também mãe de duas crianças que frequentam a escola, não foi apenas o caso registrado há dois meses. “Crianças sendo assediadas, criança sofrendo bullying, crianças sofrendo racismo e agressões dentro da escola é um fato frequente e sempre encoberto pela Direção”, acusa a mãe.
Ela conta que, segundo as próprias crianças, essa semana, na última segunda-feira (05), “uma criança teve as partes intimas tocadas por outro aluno e inclusive a vítima do abuso avisou às professoras e contou para os colegas de sala o que havia sofrido”.
Relatos apontam que, no mês de agosto, havia mãe reclamando sobre sua criança ter apanhando violentamente na escola. “Há cerca de 15 dias uma criança saiu chorando da escola, pois, um coleguinha disse que o cabelo dela era duro. Há cerca de três meses, uma criança foi perseguida por outros alunos e entrou em estado de choque com medo de apanhar”, enfatiza observando a crise que está instaurada na unidade de ensino.
Conforme as informações que chegaram à reportagem do Alô Poços, diariamente mães apresentam os diversos tipos de reclamação sobre os filhos sofrendo agressões físicas e psicológicas. “A Direção apenas diz ‘estamos resolvendo’, mas, a não ser que os pais gritem no portão da escola para todos ouvirem nada é resolvido”, diz uma mãe.
Para piorar ainda mais a situação, páginas anônimas foram criadas em uma rede social aberta onde há diversas postagens denegrindo e expondo alunos ao constrangimento, ao racismo e à discriminação, em especial, as meninas, que são associadas a termos que induz à prostituição, apesar de alguns meninos não estarem a salvo da associação ao homossexualismo.
Várias mães relatam que “tudo é do conhecimento da escola e de sua Direção”.
De forma anônima, com receio de retaliação e perseguição a seus filhos, uma mãe defende a denúncia apresentada de forma aberta por outra mãe em rede social na última quinta-feira (08). “A senhora Rosângela, que fez a denúncia em páginas [grupos] da cidade, não está mentindo, e se a Secretaria de Educação não está a par de novos fatos, que procure saber. A situação está ficando perigosa e insustentável. Só estou repassando as informações anonimamente porque a escola tem a mania frequente de proteger uns e julgar outros e não quero que minhas crianças sofram o reflexo por eu contar a verdade”, reforça.
De forma indireta, pais de alunos acusam a atual Direção da Escola Municipal “Professora Edir Frayha” pelo caos que está sendo implantado na unidade de educação, enfatizando que a escola “foi boa quando teve Ana Gaiga, Joelma, Patrícia, Kedilei a frente da Direção. Os pais eram ouvidos e junto com a rede escolar procurava uma solução para todos os problemas”, finaliza.
Tendo em vista a complexidade do assunto e a dimensão que os fatos tomaram desde a publicação da reportagem na noite de ontem (08), a reportagem do Alô Poços solicitou, ainda pela manhã desta sexta-feira (09) à Secretaria de Comunicação (Secom) a manifestação formal da Administração Municipal sobre o assunto, contudo, até a publicação desta reportagem não haviam se posicionado.
A reportagem do Alô Poços também entrou em contato com a Polícia Civil que confirmou ter tomado ciência dos acontecimentos e, através da Assessoria de Comunicação da Polícia Civil de Minas Gerais (Ascom∕PCMG) informou: “A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) instaurou procedimento investigativo para apurar os fatos supostamente ocorridos em uma escola, em Poços de Caldas. A apuração tramita sob sigilo”.