A Polícia Militar apura internamente a denúncia de um torcedor do Cruzeiro, que relata que a filha – portadora de síndrome de Down – e a esposa foram atingidas por bombas de efeito moral lançadas pela Polícia Militar após jogo contra a Tombense, no Mineirão, nesse sábado (6).
Segundo relato de Marco Pedroza, ele escolheu a partida para levar a família justamente para evitar qualquer tipo de problema.
“Tudo pensado com carinho e cuidado. Fiz questão de ir a um jogo que aparentemente não representaria riscos devido ao confronto entre as torcidas”. Mas vitória do clube celeste virou um pesadelo para a família.
O torcedor conta que, ao sair com a esposa e a filha do estádio, eles foram surpreendidos “com a truculência e ignorância de alguns policiais, que estavam dispersando torcedores com bombas, gás lacrimogêneo e spray de pimenta”. De acordo com ele, a maioria era composta por famílias e crianças.
“Quando estávamos passando a uma distância relativamente segura dos policiais, jogaram uma dessas bombas em nossa direção”, explica.
Ele conta que o artefato estourou nos pés da filha, “que é cardiopata e portadora de síndrome de Down”. A bomba causou vários “ferimentos e queimaduras” na menina.
‘Desespero e pânico’
“O que era pra ser uma noite de festa e alegria, se tornou um grande desespero e pânico. Que a Justiça seja feita e que esse tipo de situação não se repita com outras famílias, evitando uma possível tragédia maior. Agora estamos todos nos recuperando, apesar do susto! Obrigado Deus por proteger meus maiores bens!”, finaliza.
Nas fotos divulgadas no perfil de Pedroza, é possível ver os ferimentos causados na criança, com machucados nas pernas e nádegas. Também é possível ver os machucados causados na esposa, na região da barriga e lateral do corpo. Veja:
Polícia afirma que bombas foram necessárias
Por meio de nota (leia abaixo na íntegra), a Polícia Militar disse que durante a saída do jogo, “houve a necessidade do uso de instrumentos de menor potencial ofensivo por parte do Batalhão de Choque (BPChq), devido a um tumulto generalizado, inclusive com militares cercados por torcedores”.
A polícia admite que “durante a ação, uma menor que estava nas proximidades foi atingida”. O órgão afirma que “ela foi atendida e também foi confeccionado Boletim de Ocorrência com os relatos dos pais sobre os fatos”.
“O Comando do BPChq abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a situação e está em contato com os familiares da vítima”, destaca a PM.
Procurado, o Mineirão disse que “teve conhecimento do fato e fez contato com a família para prestar assistência”. Além disso, o estádio informa que “as câmeras do sistema de vigilância estão à disposição das autoridades para esclarecer o ocorrido”.
Nota da Polícia Militar
“A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) esclarece que durante a saída do jogo Cruzeiro x Tombense, ocorrido nesse sábado, 06.08, no estádio Mineirão, houve a necessidade do uso de instrumentos de menor potencial ofensivo por parte do Batalhão de Choque (BPChq), devido a um tumulto generalizado, inclusive com militares cercados por torcedores.
Durante a ação, uma menor que estava nas proximidades foi atingida. De pronto, ela foi atendida. Também foi confeccionado Boletim de Ocorrência com os relatos dos pais sobre os fatos.
A PMMG esclarece, ainda, que o Comando do BPChq abriu um Inquérito Policial (IPM) para apurar a situação e está em contato com os familiares da vítima”.
*Informações Portal BHAZ.