O mercado imobiliário sente cada vez mais a recuperação do setor e, em 2021, a projeção é de um crescimento de mais de 12% no Brasil em relação ao ano passado. De acordo com estimativa da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), o Valor Geral de Vendas (VGV) deve encerrar este ano em cerca de R$ 99 bilhões no país.
Em 2020, o valor vendido ficou em aproximadamente R$ 88 bilhões. Cláudio Hermolin, presidente da Ademi-Rio e do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon-Rio), afirma que esse é um dos melhores indicadores do mercado já que mostra a quantidade de receita que pode ser gerada com os empreendimentos residenciais. Segundo ele, o avanço foi possível por conta de três principais fatores.
“Apesar do recente aumento na taxa Selic, o crédito imobiliário segue baixo, historicamente falando. Além disso, mesmo na pandemia, 85% dos canteiros de obra ficaram em atividade no país. E, por fim, com a Covid-19, houve uma requalificação do morar. Vivemos uma crise sanitária, que exigiu que as pessoas ficassem em casa, fazendo com que o lar e, portanto, o mercado imobiliário, tivesse uma relevância maior”, explica o engenheiro.
Ainda segundo a Ademi, a cidade do Rio deve representar cerca de 5% do VGV de todo o país. Dessa forma, a capital fluminense espera alcançar R$5 bilhões este ano em vendas de unidades residenciais, frente aos R$3,8 bi de 2020.
“Comparado com 2020, o aumento no Rio será de mais de 30%. Apesar do avanço, não vamos chegar ainda ao patamar de glória, que ocorreu entre 2010 e 2013. Para se ter uma ideia, nesse período, o Rio conseguiu um valor de vendas de R$ 10 bilhões anuais”, explica o engenheiro.
Hermolin destaca que São Paulo pode alcançar o recorde histórico e terminar o ano com um crescimento seis vezes maior do que o Rio.
“A capital paulista pode chegar a um VGV de R$30 bilhões. O mercado imobiliário do Brasil, na verdade, sempre esteve mais concentrado em São Paulo, por conta da economia e do PIB. Na década de 80, por exemplo, o VGV de São Paulo chegou a ser em torno de oito vezes maior do que o da capital fluminense”, afirma o presidente da Ademi-Rio.
Na última divulgação da Sondagem Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), os dados também foram positivos. Em 2021, o setor da construção deverá registrar o maior crescimento nos últimos 10 anos. Isso porque a expectativa é de um crescimento de 5% no PIB (Produto Interno Bruto) do setor.
Além disso, o nível de atividade médio da construção atingiu 50,4 pontos no terceiro trimestre desde ano, o melhor índice para o período desde 2010.
Pelo quinto trimestre consecutivo, o principal problema do setor é o alto custo dos insumos e matéria-prima, ou a falta deles, de acordo com 54,2% dos empresários. Entretanto, nos últimos dois trimestres, a reclamação do setor por falta item registrou uma desaceleração gradativa, passando de 77,5 pontos para 75.
*Fonte CNN