Por P. A. Ferreira
Em férias pela Europa por mais de 15 dias, a jornalista Camila Fiorini, 26, moradora da capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, foi diagnosticada com a Deltacron, uma suposta nova variante do coronavírus que tem características das cepas Delta e Ômicron. Ela testou positivo para a Covid-19 quando fez o exame para voltar ao Brasil.
A identificação foi feita no Chipre, região Leste do Mediterrâneo, pelo professor da Universidade do Chipre e chefe do Laboratório de Biotecnologia e Virologia Molecular, Leondios Kostrikis, na última sexta-feira, 07, e imediatamente lançada no banco de dados internacional.
A brasileira é uma das 25 pessoas no mundo que estão infectadas por essa nova variante. Sua a passagem de volta precisou ser reagendada e, durante a quarentena, Camila, que já havia recebido duas doses da vacina, sentiu febre, tosse e dor de garganta. No entanto, a mistura das duas cepas fez com que a mineira tivesse mais sintomas. “Uma das maiores características de que eu não estou só com a Ômicron é que ela normalmente não causa perda de olfato e paladar. E eu tive por conta da mistura com a Delta”, explica a mineira.
Camila também destaca as informações claras que a testagem que foi feita trazem. “Diferente do resultado que normalmente a gente recebe no Brasil, o PCR daqui já vem com o nível da sua carga viral, que é o nível que você está de contaminação, e a cepa. E era isso que estava escrito, que era uma mistura da Ômicron com a cepa do Reino Unido, que é a Delta”, conta a jornalista.
Todos os 25 casos da nova variante foram identificados pela mesma equipe de Kostrikis e, no momento, ainda não é possível afirmar se há mais casos da nova cepa do coronavírus e nem quais podem ser os impactos da sua disseminação para a saúde pública.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que até o momento ainda não foi notificada da presença da Deltacron no estado. A atualização dos dados de vigilância genômica é realizada toda quinta-feira.
A nova variante ainda não consta na linha de ataque e combate da Organização Mundial da Saúde (OMS) que acompanha as avaliações da mutação, mas, mantém seu foco na Ômicron, prevalente em todo o mundo.
Todavia, a especialista em Covid-19 da OMS, a doutora Krutika Kuppalli postou, em seu Twitter, que há chance de ter ocorrido uma “contaminação de laboratório de fragmentos de Ômicron e Delta”, posição que encontra respaldo na opinião de diversos especialistas em saúde que duvidam desta mutação e afirmam que, provavelmente trata-se de um erro de processamento de laboratório.
A dúvida foi compartilhada pelo virologista Tom Peacock, do Imperial College London, também na rede social. Segundo o médico, “as sequências Deltacron relatadas por vários meios de comunicação parecem ser claramente contaminação”.
Com informações R7, OMS e Istoé Dinheiro