Cidades do estado de São Paulo também sentiram o abalo que pode ter sido provocado por falha geológica
Pouco antes das 21h desta quinta-feira, 24, diversas pessoas usaram as redes sociais para relatar terem ouvido um forte estrondo seguido de tremor de terra em bairros das zonas Oeste e Sul de Poços de Caldas, município do Sul de Minas Gerais. Relatos semelhantes também foram feitos por moradores de cidades paulistas como Águas da Prata, São João da Boa Vista, Divinolândia e Vargem Grande do Sul.
O Corpo de Bombeiros da 1ª Cia. Independente sediada em Poços de Caldas chegou a ser contatado para informar sobre o ocorrido, contudo, não houve registro de nenhuma ocorrência.
“Foi um barulho muito forte, como se o transformador da rua tivesse estourado e logo em seguida senti o chão tremer”, relatou um internauta da zona Oeste de Poços de Caldas.
“Foi muito estranho. Até minha cadela que estava no quintal ficou assustada e começou a latir muito, olhando para todo lado como se estivesse procurando algo”, relatou outro que mora da zona Sul da cidade.
“Aqui em casa tremeu tudo, portas, janelas. Fiquei bastante assustada”, relatou a moradora do Jardim Aeroporto, zona Sul de Poços.
Em Poços de Caldas houve relatos de moradores de vários bairros, como Marco Divisório, Vila Togni, Maria Imaculada, Jardim Country Club, São Geraldo, entre outros da zona Oeste, além de moradores do Parque das Nações, Jardim Kennedy, Cohab, Jardim Aeroporto e Parque Esperança, entre outros da zona Sul.
Em 2018, na tarde do dia 17, foi registrado um abalo de magnitude 2,2 na escala Richter, que vai até 10, em Poços de Caldas, registrado pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UNB) que confirmou a ocorrência na noite daquele mesmo dia.
Naquela oportunidade, segundo explicações vindas do observatório, a região tem atividade sísmica relativamente frequente e o setor de geofísica da UND afirmava que o tremor pode ter sido causado por uma falha geológica da região.
“O que a gente tem como suspeita é uma zona de falha geológica que se movimenta, que pode estar se acomodando. Acomodação muito mínima que libera essa energia de pequena magnitude”, explicava o geofísico da UnB, George Sand França.
A UnB monitora os abalos sísmicos e, segundo estudos, desde 2010, a região de Poços de Caldas já registrou 10 tremores. O mais intenso foi em janeiro de 2017, quando o fenômeno de 3.2 de magnitude foi sentido na cidade.
“Este tipo de magnitude não é uma preocupação grande. As pessoas vão sentir, mas em regiões no máximo 150 km da região de atividade. Mas não é pra causar rachaduras ou outros tipos de estrago. Não é pra sentir nada nesses casos, só uma tontura, um pequeno tremor”, comentava o geofísico.