Uma mulher de 27 anos foi estuprada pelo colega de trabalho, de 45, em um bar no bairro Jardim Montanhês, na região Noroeste de BH, na noite dessa quinta-feira (10). De acordo com a vítima, ela estava acostumada a dar carona para o homem e, na ocasião, ele a convidou para beber. O suspeito nega a versão da vítima, e foi encaminhado ao sistema prisional. A Polícia Civil investiga o caso.
Segundo a Polícia Militar, o caso ocorreu por volta das 23h23, na rua Vila Rica. A jovem relatou que ela e o autor do crime trabalham juntos. Muitas vezes, ela o levava de carro até a avenida Pedro II e, de lá, ele pegava o transporte coletivo para chegar até em casa.
A vítima contou que o criminoso a convidou para ir ao bar e, após alguma insistência, ela acabou cedendo. Já no estabelecimento, os dois sentaram do lado de fora, onde comeram e beberam.
Em dado momento, o homem tomou uma dose de cachaça e a cantora que se apresentava ao vivo disse à moça que fizesse o mesmo. Segundo a jovem relatou à PM, ela começou a se sentir mal e não se lembra ao certo como foi parar no banheiro. Relances indicam que o próprio colega a teria conduzido para lá.
Ainda de acordo com a vítima do estupro, nesse momento uma moça loira entrou no local e ajudou o suspeito. A vítima disse ter deitado no chão do banheiro e perdido a consciência logo depois, enquanto o homem ficou em pé. Ela recorda que o autor passou as mãos em suas partes íntimas.
Clientes tentaram ajudar
Recobrada a consciência, a jovem relatou que uma pessoa chegou ao local e passou sal na boca dela, na tentativa de acordá-la. Enquanto voltava a si, ela lembra ter ouvido um “entra e sai” de pessoas do banheiro, além de não ter se sentido bem.
Segundo relato de uma testemunha, a mulher bebia do lado de fora do bar com o homem, quando vomitou na calçada e desmaiou. O colega de trabalho teria acompanhado a moça até o banheiro e, lá dentro, outros cliente viram a vítima caída no chão.
A pessoa disse ainda que o homem dava tapas nas nádegas da vítima, e questionou se ele era marido dela. Enquanto a mulher se empenhava em levantar calças da moça, mesmo com a resistência do homem, solicitou também que ele saísse do recinto.
A versão do suspeito
De acordo com o homem, ele e a jovem saíram do escritório onde trabalham e ela o chamou para tomar uma cerveja. Em certo momento da noite, a testemunha em questão teria o chamado e alertado que a colega estava desmaiada no chão do banheiro.
Na versão do suspeito, os proprietários do bar chegaram ao banheiro junto com ele. O moço afirma que, no intuito de acordar a vítima, ele deu alguns tapas no rosto dela e a testemunha pediu que ele deixasse o ambiente.
A PM deu voz de prisão ao autor e o caso foi encaminhado à Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher. Em nota a Polícia Civil afirmou que o crime configura estupro de vulnerável. “O relatório do atendimento médico será encaminhado ao Instituto Médico Legal para confecção de laudo indireto”, diz um trecho.
Onde conseguir ajuda?
Não é raro que vítimas de estupro ou outros abusos sexuais se calem depois da violência. Isso ocorre, na maioria das vezes, por medo e vergonha, mas também pela falta de informação.
Uma vez que os danos psicológicos são frequentes após eventos traumáticos que expõem as vítimas, buscar amparo é muito importante. Caso você seja uma delas ou conheça alguém que passou por qualquer tipo de violência, denuncie pelos números 181, 197 ou 190. Além deles, veja alguns outros mecanismos de denúncia:
- Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher: av. Barbacena, 288, Barro Preto | Telefones: 181 ou 197 ou 190;
- Casa de Referência Tina Martins: r. Paraíba, 641, Santa Efigênia | 3658-9221;
- Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher): r. Araguari, 210, 5º Andar, Barro Preto | 2010-3171;
- Casa Benvinda – Centro de Apoio à Mulher: r. Hermilo Alves, 34, Santa Tereza | 3277-4380;
- Aplicativo MG Mulher: Disponível para download gratuito nos sistemas iOS e Android, o app indica à vítima endereços e telefones dos equipamentos mais próximos de sua localização, que podem auxiliá-la em caso de emergência. O app permite também a criação de uma rede colaborativa de contatos confiáveis que ela pode acionar de forma rápida caso sinta que está em perigo.
Nota da Polícia Civil
“A Polícia Civil de Minas Gerais informa que ratificou a prisão em flagrante do homem, de 45 anos, por estupro de vulnerável, uma vez que vítima e testemunhas relataram que a mulher estava desacordada no momento dos fatos. O caso segue em investigação na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher. A vítima recebeu atendimento médico no Hospital Odilon Behrens e o relatório do atendimento médico será encaminhado ao Instituto Médico Legal para confecção de laudo indireto. O homem foi encaminhado ao Sistema Prisional.”
*Fonte: BHAZ