Até a manhã desta quarta-feira (8/2, horário de Brasília), Turquia e Síria confirmaram mais de 11.100 pessoas mortas em seus territórios após o terremoto ocorrido na segunda-feira (6/2) – dois, na verdade, o principal com magnitude 7,8 – e outros tremores secundários. O número de vítimas torna os abalos sísmicos os mais mortais em mais de uma década.
De acordo com as autoridades turcas, 8.574 pessoas perderam a vida até agora. O governo sírio e os Capacetes Brancos, socorristas voluntários nas áreas controladas por rebeldes, apontam 2.530 mortes.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, decidiu ir à região sul do país, de acordo com informações da agência de notícias estatal Anadolu. Ele deve visitar o centro da cidade de Kahramanmaras e depois o distrito de Pazarcik, que foi o epicentro de um dos terremotos de segunda-feira.
Ainda nesta quarta, Erdogan deve terminar o dia na cidade de Hatay, para mais inspeções.
Dificuldades nas buscas
O mandatário turco vai se deparar com um série de dificuldade encontrada pelas equipes de resgate na busca por sobreviventes. Na Turquia e na Síria, essas operações chegam a ser interrompidas, principalmente, devido ao frio e às tempestades de neve. Mas também por causa das estruturas extremamente instáveis após os terremotos e os cerca de 200 tremores secundários.
“As pessoas estão perdendo aquele período de tempo no qual ainda podem sobreviver, se ficarem presas sob os escombros”, disse Shreen Mahmoud, integrante de uma instituição de caridade muçulmana em Londres, para a BBC Radio 5 Live.
Cerca de 23 milhões podem ser afetados por terremoto na Síria e Turquia, diz OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que cerca de 23 milhões de pessoas podem ser afetadas pelo forte terremoto que atingiu a Síria e a Turquia na segunda-feira (6), deixando mais de 7.000 mortos e 35.000 feridos.
“Os mapas gerais de eventos mostram que potencialmente 23 milhões de pessoas estão expostas, incluindo cerca de 5 milhões de populações vulneráveis, sendo mais de 350.000 idosos e 1,4 milhão de crianças”, disse o oficial sênior de emergências da OMS, Adelheid Marschang, à reunião do conselho-executivo da agência de saúde das Nações Unidas (ONU) em Genebra.
O chefe da OMS expressou sua preocupação com a situação, chamando-a de “corrida contra o tempo”.
“Estamos especialmente preocupados com as áreas onde ainda não temos informações”, disse Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS. “O mapeamento de danos é uma maneira de entender onde precisamos focar nossa atenção”. Imagens dos esforços de resgate em ambos os países surgiram na segunda-feira, com familiares lamentando a perda de entes queridos, enquanto outros comemoraram o encontro de sobreviventes nos escombros de edifícios destruídos.