Especialistas afirmam que introduzir pequenas recompensas no cardápio melhora a adesão à rotina de alimentação saudável.
Manter-se na dieta é uma tarefa difícil para muitas pessoas que desejam emagrecer. A imposição de restrições alimentares, cortando determinados tipos de comida do cardápio, tende a desestimular a adesão ao plano de emagrecimento. Para facilitar um pouco o processo, a dica é simples: introduzir pequenas recompensas diárias pode ajudar a motivar um indivíduo a seguir o plano alimentar.
O nutricionista Bruno Redondo aponta que um pedaço de chocolate, assim como outras sobremesas, é o elemento chave para o cumprimento das recomendações de um plano alimentar saudável. Ele comenta que os doces, em pequenas quantidades, não proporcionam aumento de peso — pelo contrário, eles são facilitadores para garantir o emagrecimento correto e sem sofrimento.
“Muitas pessoas gostam de comer chocolate ou doce de leite depois do almoço, por exemplo. Colocar essas recompensas na dieta vai estimular o paciente a continuar seguindo corretamente as recomendações do nutricionista”, explica o especialista.
Além de evitar compulsões durante as refeições livres (que podem acabar estragando a alimentação seguida durante a semana), o chocolate participa da síntese de melatonina, um hormônio que induz naturalmente o sono. Quando a sobremesa é ingerida moderadamente, ela contribui para uma noite bem dormida, que é um fator importante no combate à diabetes e à obesidade, por exemplo.
“O chocolate possui em sua composição um aminoácido chamado triptofano. Por meio dele, o organismo produz a serotonina, hormônio do prazer e do bem-estar que, no metabolismo, participa da síntese de melatonina e, assim, ajuda a induzir o sono”, explica o nutricionista Gabriel Feijó.
Quando o chocolate é incluído na alimentação diária, ele também pode ajudar na rotina de exercícios. Redondo comenta que o doce pode ser ingerido no pré ou pós-treino, auxiliando na produção de energia e na recuperação muscular. O nutricionista ensina que incluir o chocolate na rotina, enquanto se mantém uma alimentação saudável e atividade física regular, também pode ajudar a reduzir os riscos de doença cardíaca.
“O chocolate tem compostos bioativos anti-inflamatórios e antioxidantes benéficos à saúde, especialmente para o coração. O doce protege as células contra os efeitos dos radicais livres produzidos pelo organismo e aumenta a função do óxido nítrico no corpo, reduzindo a pressão arterial e aumentando o fluxo vascular”, afirma.
Mindful eating
Os nutricionistas incentivam a adesão à prática alimentar do mindful eating, que é traduzida como o consumo consciente dos alimentos. Os especialistas apontam que comer desta forma é não ser compulsivo, saboreando os alimentos ao invés de evitá-los. Para Redondo, em vez de restringir a alimentação, o ideal é comer um pouco de tudo com moderação.
“Você consegue estabelecer uma rotina na qual diz a si mesmo que não precisa de uma barra de chocolate para ser feliz: quatro quadradinhos depois do almoço estão de bom tamanho. Quando você for ver um filme, não precisa comer uma caixa inteira de bombons, pode comer três e vai estar tudo bem. Você passa a valorizar mais o efeito de estar comendo do que o próprio sabor, e evita as consequências de comer demais, como diarreia, refluxo e ganho de peso”, comenta.
Os dois especialistas lembram que uma dieta saudável contém todos os tipos de alimentos, e cortar doces, por exemplo, pode produzir o efeito contrário ao esperado. De acordo com Feijó, do ponto de vista calórico, o chocolate não prejudica a dieta, pois a quantidade saudável recomendada ao dia, de 30 g, possui, em média, apenas 160 calorias.
Escolhas certas
O chocolate amargo é o mais indicado para a alimentação diária, pois quanto maior a percentagem de cacau, mais amargo e menos açúcar o doce tem, além de ter menos gorduras. Apesar disso, outros tipos de chocolate, como ao leite e branco, estão liberados em pequenas quantidades diárias.
Feijó ressalta que na nutrição da vida real, a inclusão é mais presente do que a restrição, desde que seja uma adição inteligente e que faça sentido na rotina do paciente. Ele indica que o melhor momento para incluir o chocolate na alimentação é depois do almoço, por conta do equilíbrio nutricional. Segundo o nutricionista, acrescentar o doce a um prato básico de comida com vegetais, arroz, feijão e carne ou ovos, ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue.