O surgimento da variante Ômicron do novo coronavírus obriga países da Europa e do sul da África a passarem por novas ondas de Covid-19
Do portal Metrópoles – Enquanto o Brasil registra poucos casos da Ômicron até aqui, países da Europa e do sul da África vivem um crescimento exponencial no número de infecções de Covid-19 provocadas pela nova variante.
Diante deste contexto, as nações mais afetadas buscam formas de conter o avanço da nova cepa. A Dinamarca, que atingiu mais de 11 mil casos em um dia, impôs medidas de restrição com fechamento de cinemas, teatros e museus.
Já o Reino Unido recomendou a volta ao home office e determinou uma série de ações para conter a disseminação do vírus. Nessa semana, o país teve um novo pico de casos.
A África do Sul dobrou a quantidade de testes e, recentemente, houve uma queda de 4% nos diagnósticos de Covid-19.
As respostas dos países mais atingidos são pistas de como o mundo devem lidar com a nova realidade. Veja:
Menos restrições para entrada de estrangeiros
Apesar de alguns países limitarem a entrada de estrangeiros, a cepa já atingiu cerca de 77 países. Para o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, a Ômicron provavelmente chegou à maioria dos países, mesmo que ainda não tenha sido identificada.
“A Ômicron está se espalhando a uma taxa que não vimos com nenhuma variante anterior”, destacou o diretor durante coletiva de imprensa.
O resultado disso começa a ser observado. No Reino Unido, a restrição para viajantes de 11 países do sul da África foi derrubada após a grande disseminação da variante no território.
Não deve haver novo lockdown
Nesse primeiro momento, intervenções adotadas pelos países que enfrentam a Ômicron aparentam ser mais brandas. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, descartou a possibilidade de novo lockdown e reiterou a importância da vacinação.
Países europeus como França e Noruega restringiram apenas o consumo de bebidas alcoólicas numa tentativa de diminuir oportunidades de contágio. A Dinamarca impôs fechamento de locais que podem gerar grande concentração de pessoas. Irlanda determinou o fechamento de bares e restaurantes às 20h.
Apesar da preocupação com o potencial de disseminação, atitudes mais duras estão sendo evitadas, sobretudo em locais onde a taxa de vacinação é alta.
Vacinação precisa estar aliada a outras ações
Durante coletiva na terça-feira (14/12), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pontuou que não se pode abandonar ações de contenção ao vírus, mesmo que parte da população esteja vacinada.
“Não são vacinas em vez de máscaras. Não são vacinas em vez de distanciamento. Não são vacinas em vez de ventilação ou de higienização das mãos. Faça tudo. Faça de forma consistente. Faça bem”, disse.
O órgão alerta para a possibilidade de o ritmo de infecções sobrecarregue sistemas de saúde despreparados.
“Estamos preocupados com o fato de as pessoas estarem tomando a Ômicron como leve. Certamente, já aprendemos que subestimamos esse vírus por nossa conta e risco”, declarou Tedros.
É cedo para afirmar que a Ômicron é mais branda
Estudos recentes apontam para um grande potencial de propagação da cepa. Em contrapartida, há evidências de que a infecção é mais branda do que as outras versões do vírus.
Além disso, os sintomas se assemelham a quadros de gripe. Os sintomas mais comuns da Ômicron são fadiga, suor noturno, garganta arranhando, tosse seca e dores musculares leves.
No entanto, nem todos estão otimistas com o cenário. O ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, declarou, nesta sexta-feira (17/12), esperar uma “quinta onda massiva” da pandemia de Covid-19 diante da rápida disseminação da variante.
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), ainda faltam dados para verificar se infecções e, especialmente, reinfecções causam efeitos mais graves.
Ômicron deve se tornar a cepa dominante
O alto grau de transmissão pode tornar a Ômicron a versão dominante do coronavírus. Em Londres, a cepa superou a Delta menos de um mês após a confirmação do primeiro caso no Reino Unido.
Durante entrevista à CNN, o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, Anthony Fauci, disse acreditar que o mesmo aconteça nos Estados Unidos. Apesar da previsão, a Delta ainda corresponde a 96,8% do vírus circulante naquele país.