Autoridades apontam que a queda nas temperaturas favorecerá a circulação conjunta do coronavírus e do vírus influenza no hemisfério norte.
A queda das temperaturas no hemisfério norte impulsiona um novo aumento no números de casos, hospitalizações e mortes provocadas pela Covid-19. Autoridades da França já falam em oitava onda da pandemia no país.
Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (5/10), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que o aumento de casos já era esperado devido à maior tendência de as pessoas se manterem em ambientes fechados durante o outono e inverno.
“O clima esfria e as pessoas passam mais tempo juntas dentro de casa, e a maioria dos países não tem mais medidas para limitar a propagação do vírus. É esperado que os casos relatados de Covid aumentem, mas as mortes não precisam aumentar, pois que temos vacinas e terapias que podem salvar vidas”, disse Ghebreyesus.
A média móvel semanal de novos casos na Europa em 4 de setembro era de 160.323. Nessa terça-feira (4/10), o continente contabilizou média móvel de 238.679 novos casos.
Rastreamento do vírus
A Ômicron continua sendo a variante dominante em todo o mundo. De acordo com a OMS, mais de 300 subvariantes foram rastreadas até o momento. A BA.5 continua como a mais prevalente.
O líder da OMS fez um alerta para a redução dos testes de diagnóstico e de sequenciamento genético, ferramentas importantes para entender como o vírus está se movimentando e suas mutações. “Os testes e o sequenciamento permanecem abaixo do necessário globalmente, o que torna a tarefa de rastreamento do vírus semelhante a perseguir sombras”, disse o diretor-geral da OMS.
Influenza
O período coincide com o aumento da circulação dos vírus influenza, causadores da gripe. Especialistas temem que os países do hemisfério norte vivam uma “twindemia”, nome dado para a circulação conjunta de dois vírus com potencial pandêmico, como o coronavírus e os vírus causadores da influenza.
A diretora técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, alertou que os sistemas de saúde precisam estar preparados para prover atendimento médico apropriado e lembrou que as medidas de cuidado individual repassadas desde o início da pandemia – lavar as mãos, usar máscara em locais cheios e manter o ambiente ventilado – continuam sendo úteis para prevenir infecções provocadas pelos dois vírus.
As vacinas contra a gripe também são indicadas para reduzir o risco de doenças graves e morte, especialmente entre as pessoas que compõem os grupos mais vulneráveis.