Parece que foi logo ali, mas, neste mês de junho, a conquista do pentacampeonato mundial pela seleção brasileira completa 20 anos – mais precisamente na quinta-feira, dia 30. Desde então, são duas décadas sem um título de Copa do Mundo para a seleção canarinho e uma trajetória com vários fracassos em Mundiais.
Se, em 2002, a conquista na Ásia coroava uma sequência de três finais consecutivas e dois títulos mundiais, desde então o percurso da seleção brasileira em Mundiais reúne goleadas vexatórias, eliminações inesperadas e nenhuma final disputada. O Tempo Sports relembra como foi a conquista, quais foram os campeões (e o que fizeram depois do penta), as polêmicas, os craques e outros detalhes da Copa do Mundo do Japão e da Coreia. E também relembra como está sendo esse longo jejum.
A chegada da seleção brasileira, via eliminatórias, não foi das mais simples. No processo, o técnico Vanderlei Luxemburgo, no comando desde 1998, foi demitido após a eliminação para Camarões nas Olimpíadas de Sydney, em 2000. Além disso, o treinador teve problemas extracampo, incluindo uma acusação de falsificação de documentos. O time chegou a ser treinado por Candinho antes de a CBF optar por Emerson Leão, que durou pouco tempo, apenas oito meses, com direito a uma participação pífia na Copa das Confederações de 2001.
No sufoco, Felipão, que treinava o Cruzeiro, foi contratado, estreou com derrota para o Uruguai, foi eliminado da Copa América por Honduras, deixou de chamar Romário, apesar do apelo popular e só confirmou a vaga na Copa na última rodada das eliminatórias, quando venceu a Venezuela em São Luís, por 3 a 0.
Depois de garantida a participação na Copa do Mundo, Felipão começou a fazer os ajustes na sua equipe e testes como os feitos com Gilberto Silva, Kléberson, Anderson Polga e Kaká, que acabaram jogando o Mundial – os dois primeiros como titulares. Com o time mais ajustado e a aposta firme em Ronaldo, vindo de um longo período marcado por contusões, Felipão criava a sua família, a que jogaria e venceria o Mundial.
Já na Ásia, o capitão do time, Emerson, se contundiu em um treinamento antes da estreia – Ricardinho foi chamado para o lugar, o que não deixou de gerar certa polêmica. Afinal de contas, o meia Alex, um dos jogadores que brilhou sob o comando de Felipão no Palmeiras, não foi chamado nem mesmo quando apareceu uma brecha como a contusão de Emerson. Outro meia que ficou pelo caminho foi Djalminha, que se desentendeu com o seu técnico no La Coruña, Javier Irureta, e o atingiu com uma cabeçada em um treino.
Quando lembramos como era o mundo em 2002, parece realmente que passou muito mais do que duas décadas. A seleção tinha ainda vários jogadores atuando no país e a tecnologia parecia da idade da pedra em relação ao que estamos acostumados nos dias atuais. Da desconfiança inicial, a seleção brasileira partiu para uma conquista épica, com sete jogos e sete vitórias, com protagonismo de Ronaldo, que deu a volta por cima e fechou o torneio como artilheiro. A história estava escrita, com a quinta estrela marcada definitivamente acima do escudo da seleção brasileira.
*Fonte: O Tempo