A linhagem BA.2 da variante ômicron do coronavírus, já identificada em outros estados do Brasil, foi detectada em uma amostra colhida de um morador de Belo Oriente, na região do Vale do Aço, no norte de Minas Gerais. A descoberta foi feita por pesquisadores da Rede Vírus Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
O anúncio foi feito por meio do Informe Nº 7 da Rede Corona-Ômica.BR-MCTI e divulgado nessa segunda-feira, 14, pelo governo federal. De acordo com o coordenador da rede, o perfil da linhagem é muito similar às características já conhecidas da ômicron, com alta transmissibilidade.
“Por isso é muito importante manter os mesmos cuidados já divulgados por diversos especialistas. É importante completar o ciclo da vacinação, usar máscaras N95, lavar sempre as mãos e manter o distanciamento sempre que possível”, defende Fernando Spilki.
O coordenador também reforça que o monitoramento é importante para acompanhar eventuais alterações no padrão de disseminação do vírus, manter o monitoramento da eficácia de vacina, entre outras aplicações.
Linhagem BA.2
Os primeiros casos da linhagem BA.2 da variante ômicron no Brasil foram identificados no início de fevereiro, pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Até então, eram dois casos no Rio de Janeiro e um em Santa Catarina. Pouco depois, a cidade de São Paulo também detectou um caso.
A linhagem foi identificada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) no dia 7 de dezembro de 2021 e tem cerca de 40 mutações em relação à variante ômicron BA.1, forma já conhecida.
De acordo com a Fiocruz, a nova linhagem é mais contagiosa, mas ainda não se sabe se ela é mais perigosa. A BA.2 já se tornou dominante em outros países, como a Dinamarca e a Índia, enquanto os novos casos de Covid-19 no Brasil ainda são dominados pela primeira forma conhecida da ômicron.
Cientistas ainda investigam as peculiaridades dessa nova linhagem, que não apresenta diferenças significativas a ponto de configurar como uma nova variante. Pesquisadores da Dinamarca, por meio de estudos ainda sem revisão por pares, acreditam que ela seja ainda mais transmissiva do que a linhagem original, apesar de provocar quadros mais leves.
Identificação em Minas
A descoberta da linhagem BA.2 no estado foi feita pelo Observatório de Vigilância Genômica de Minas Gerais, iniciativa de vigilância genômica com o objetivo de monitorar as variantes do SARS-CoV-2 no estado.
O observatório é composto por membros da Funed (Fundação Ezequiel Dias), LBI-UFMG (Laboratório de Biologia Integrativa da Universidade Federal de Minas Gerais), Nupad-UFMG (Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da UFMG) e da SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais).
O projeto conta com financiamento dos Laboratórios de Campanha e Rede Corona-ômica-MCTI do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Coolabs Cooperativa de Laboratórios da UFMG) e da Funed.
Fonte: BHAZ