Pesquisa descobriu que ansiosos têm dificuldade na memória episódica, enquanto extrovertidos se lembram mais de situações do passado
A ansiedade impacta o corpo e a mente de muitas maneiras. Um estudo feito no Imperial College London mostra novas evidências de que ela também é capaz de afetar a memória. Pesquisadores da instituição inglesa avaliaram a relação entre a qualidade da memória episódica de pessoas de diferentes faixas etárias e seus perfis de personalidade. Os resultados foram publicados na revista acadêmica Personality and Individual Differences.
“Entre os fatores que contribuem para o desempenho da memória episódica, os traços de personalidade parecem desempenhar um papel importante”, sugerem os autores do estudo no artigo.
O levantamento contou com voluntários de três faixas etárias: jovens, de 16 a 35 anos; meia idade, de 35 a 55 anos; e mais velhos, acima de 55 anos. Os pesquisadores avaliaram a memória episódica dos participantes – lembranças de momentos marcantes da vida – com um teste de recordação de palavras.
Os resultados foram comparados com testes que combinam os cinco grandes traços de personalidade, incluindo extroversão, amabilidade, abertura, conscienciosidade e neuroticismo.
Adultos de meia-idade e idosos com perfil de neuroticismo e de amabilidade tiveram pior desempenho nos testes de memória episódica. O neuroticismo é associado a sofrimento psicológico, com tendências a sentir mais preocupação e ter emoções negativas, como ciúmes e frustração. Este perfil está ligado ao estresse, problemas para dormir e sensibilidade.
“O neuroticismo é normalmente associado a mais sofrimento psicológico, que pode então afetar os sistemas neurais que suportam a memória episódica”, afirmou o médico Weixi Kang, principal autor do estudo, ao jornal Daily Mail.
Por outro lado, os participantes com maior pontuação em “abertura”, mais curiosos, aventureiros e que preferem novos desafios à rotina, tiveram melhor desempenho da memória episódica em todas as faixas etárias.
Entre os voluntários jovens e de meia-idade, quanto mais extrovertidos eles eram, maior era a probabilidade de terem uma memória boa. Os cientistas relacionaram o resultado ao estímulo do cérebro que essas pessoas têm ao participar de atividades culturais e físicas. Ser extrovertido também parece estar associado à menor inflamação do corpo e do órgão, o que pode contribuir com a memória.
Informações Portal Metrópoles.