O parcelamento por Pix ainda não foi regulamentado pelo Banco Central, mas pode ser oferecido por instituições financeiras. Opção implica juros, mas pode dar margem a descontos
O Pix provou-se um sucesso desde o seu lançamento pelo Banco Central, no final de 2020, e soma quase 129 milhões de usuários. Uma nova modalidade do serviço, o Pix Garantido, pode estender benefícios da categoria para o mercado de crédito, mas ainda não foi regulamentada pelo Banco Central, que mantém a discussão na agenda, porém não prevê uma conclusão ainda em 2022. Enquanto isso, instituições financeiras já oferecem a opção de Pix parcelado e especialistas recomendam cuidado antes de aceitar a oferta.
O Pix Garantido será uma forma de parcelar as compras similar ao cartão de crédito. Como a modalidade ainda precisa ser regulamentada pelo Banco Central, não se sabe quais serão as condições exatas de adesão ao serviço. Se os juros máximos em caso de atraso das parcelas forem menores do que o dos cartões de crédito atualmente, a categoria pode causar uma revolução no mercado, avalia o presidente da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), Carlos Castro.
“Se o Banco Central colocar o Pix na condição de parcelamento sem juros, será uma disrupção. Eu tendo a acreditar que o Banco Central sempre buscará um meio-termo, para não causar isso, porque uma disrupção pode não ser boa para a economia. Com o Pix Garantido, haverá mais competitividade, porque o custo do crédito no Brasil é alto”, pontua.
Como funciona o Pix parcelado? Vale a pena?
Da forma como é oferecido atualmente, o Pix parcelado funciona de forma similar a um empréstimo, pontua Carlos Castro, presidente da Planejar. A loja onde o consumidor está comprando recebe todo o dinheiro na hora e o consumidor paga as parcelas, com juros, aos bancos. É diferente do cartão de crédito, cujos juros incidem no caso de atraso das parcelas. Mas, como é mais vantajoso para o lojista, que recebe o valor mais rápido e não precisa arcar com os custos do pagamento em cartão, abre margem para descontos nos serviços e produtos.
“Imagine que você vai fazer uma compra de R$ 1.000 e vai parcelar por Pix. Com os juros, imagine que vire R$ 1.100. Como é uma transferência imediata, quando você paga dessa forma seu poder de barganha aumenta, então compensa se o desconto for maior do que os juros”, resume Castro. Ele também pontua que o crédito é disponibilizado para quem tem um bom score de pagamento no mercado, portanto o Pix parcelado não é garantido para qualquer pessoa.
O Santander é uma das instituições que oferece a opção de parlamento por Pix, desde março deste ano, com taxas a partir de 1,59% ao mês, com valor mínimo de contratação de R$ 100 e valor máximo limitado às condições pré-aprovadas para cada cliente. O Mercado Pago é outra instituição que oferece o serviço, também sob a condição de pagamento de juros.
*Fonte: O Tempo