Vítima foi mantida presa à base de ameaça de morte e agressões por uma semana em uma casa no bairro Sagrada Família
A jovem, de 21 anos, que foi libertada de um cárcere privado no bairro Sagrada Família, na Leste de BH, acredita que pode estar grávida. “Eu nunca imaginei passar por isso. Ele me agrediu, me coagiu, me deixou oprimida. Eu agora estou esperando a medida protetiva para impedir que ele chegue perto de mim. Estou esperando o resultado dos meus exames também porque como o sexo foi sem proteção posso estar grávida”, relatou a jovem em entrevista exclusiva ao O Tempo.
A vítima, que terá o verdadeiro nome protegido a pedido dela, é de Ipatinga, no Vale do Aço. Ela conheceu um rapaz em um bar no centro de Belo Horizonte e acabou se tornando prisioneira do rapaz que a agredia e ameaçava de morte diariamente por uma semana.
A jovem estava na casa de uma amiga a passeio quando decidiu ir a um bar, onde ela conheceu o agressor, há cerca de uma semana. Ela então foi até a casa dele no que parecia ser, nas palavras dela, um “encontro como outro qualquer”, e não conseguiu mais sair de lá sozinha. “Nos primeiros três dias, tivemos um relacionamento “normal”. Mas, quando eu falei que queria sair, ele mudou completamente. Disse que eu não iria sair dali mais”, lembra.
O homem a trancou em casa, tomou o celular dela e disse com todas as letras que dali ela não sairia mais. Quando a norma imposta por ele era questionada pela moça, o homem a agredia com socos, chutes e ameaças de morte com uso de faca e arma de fogo. “Eu só podia sair com ele do meu lado, mas quando eu saía ele já me mostrava a arma e me proibia de falar com qualquer outra pessoa”, conta.
Apesar de não querer representar formalmente denúncia por abuso sexual, a mulher conta que na quinta-feira (07) ela teria sido forçada a manter relações sexuais sem consentimento com o rapaz. Segundo a vítima, ele estaria bêbado e totalmente transtornado. Após o sexo, o homem ainda a agrediu, deixando marcas pelo corpo da vítima. “Ele me machucou nas pernas e costas. Depois pegou uma faca e eu consegui tirar da mão dele, por isso fiquei com um corte na mão”, conta.
Depois do episódio, a vítima disse ao agressor que estava passando mal e com fome. “Ele mudava com muita facilidade, acho que por causa de efeito de álcool e droga. Então, entrei na mente dele dizendo que estava muito mal, que precisava ir até a padaria para comer alguma coisa e ele topou sair”, diz. Ela aproveitou que o rapaz parou para conversar com um vizinho e pediu o celular dela “emprestado”, supostamente para buscar indicações de remédios para tomar. “Ele acreditou, me deu o celular e eu mandei mensagem para minha mãe pedindo socorro com a localização. Elas chamaram a polícia e em meia hora eles estavam lá”, conta.
O agressor não teria resistido à prisão e, em depoimento, ele confessou ter escondido o celular dela para que a moça não pudesse retornar para Ipatinga. Porém, ele nega as agressões. A vítima foi encaminhada para fazer exame de corpo de delito e agora está em Ipatinga. “Não pretendo voltar a BH mais. Temo pela minha vida e quero seguir aqui tranquila”, diz.
*Fonte: O Tempo