Um dos principais itens do café da manhã do brasileiro está bem mais caro e subiu duas vezes mais do que a inflação dos últimos 12 meses.
Um dos principais itens do café da manhã do brasileiro está bem mais caro. O Jornal Hoje mostrou que o preço do pão francês subiu duas vezes mais do que a inflação dos últimos 12 meses, chegando a quase 17%.
Produtos do setor de panificação como um todo, tiveram uma alta de 18%, em média.
“Eu tenho 10 anos de experiência com padaria e a gente nunca tinha visto uma alta tão significativa no acumulado de tão pouco tempo. O que pesou mais: pandemia, com certeza e a guerra da Ucrânia também pesou muito, porque eles são fornecedores muito fortes de trigo. E a maioria do trigo usado no Brasil vem da Argentina e para a Argentina estava compensando mais exportar para lá do que para a gente”, explica Mathias José de Oliveira, dono de padaria.
A alta dos preços está ajudando o setor de panificação a faturar.
“Após uma forte crise enfrentada em 2020 e 2021, o setor tem voltado a recuperar as forças e teve um crescimento do faturamento de R$ 5,79 bilhões, 19,5% em análise comparada a janeiro e maio de 2022, frente ao mesmo período de 2021”, diz Paulo Menegueli, presidente da ABIP, Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria.
Produtos que dependem de laticínios também estão mais caros. Nos últimos 12 meses, o pão de queijo, por exemplo, apertou o orçamento de muita gente. A alta registrada foi a maior entre os produtos de panificação – 22%, quase o triplo do índice geral da inflação, registrado no período.
“Muita coisa ainda não nos afetou diretamente ou não nos deu ainda a condição da gente baixar o preço, por exemplo, você vê que o leite já baixou e não tivemos ainda a baixa dos derivados. Acreditamos que a curto prazo, com a chuva, a gente vai ter uma melhora, né, no preço do queijo e, consequentemente, vamos conseguir baixar um pouco o preço do pão de queijo”, diz Vinicius Dantas, presidente da Associação Mineira da Indústria de Panificação.