A PRF (Polícia Rodoviária Federal) afirma que apura casos de agentes que não agiram contra os bloqueios de estradas ao redor do país. Em protesto contra a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) para Lula (PT), caminhoneiros fazem bloqueios em diversas estradas do Brasil.
Os responsáveis foram questionados sobre denúncias de policiais que estariam sendo condescendentes com os manifestantes, ou até ajudando nos protestos. Eles ainda responderam sobre a demora para encerrar os bloqueios das vias, conforme determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta madrugada.
O ministro Alexandre de Moraes, inclusive, determinou que em caso de omissão do chefe da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, ele pode ser punido com multa de R$ 100 mil por hora de obstrução, e pode até ser preso.
Desvio de conduta
O inspetor Wendel Benevides Matos, corregedor-geral da corporação, afirma que a PRF já identificou entre dois e três casos de policiais que estariam agindo de forma a não combater os bloqueios, e que a Corregedoria-Geral já investiga as denúncias.
“A PRF age no cumprimento da lei, não apoia a ação ilegal, o fechamento de rodovias federais. São muitas as localidades, muitos manifestantes. Às vezes, são dois policiais para fazer um primeiro contato, e aí o policial, por vezes, profere palavras ou tem atitudes que não condizem com o que é determinado pela direção-geral”, afirmou.
O responsável ainda disse que a corporação está percorrendo as redes sociais em busca de casos parecidos, verificando se há algum desvio de conduta na atuação dos agentes.
Demora no desbloqueio
A respeito da demora para interromper os bloqueios das estradas, o diretor-executivo da PRF, Marco Antônio de Barros, afirmou que a operação é complexa, além de compará-la com a greve dos caminhoneiros de 2018.
“Pontos com até 500 manifestantes, carretas de até 80 toneladas paradas em cima da rodovia, sem chave, sem conseguirmos identificar o condutor, crianças de colo… Então a PRF tem que agir com bastante parcimônia”, explica.
Segundo ele, primeiramente, os agentes agem iniciando o diálogo e a negociação com os manifestantes. Com o passar do tempo, eles tentam outras medidas para encerrar os atos. “Até mesmo culminando na eventual utilização da força de choque, mas a gente deixa isso para uma última tentativa”, completa.
*Informações e imagem: BHAZ