Um levantamento divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) logo no início da manhã desta quarta-feira (2) aponta que 563 manifestações em estradas federais espalhadas pelo país já haviam sido desfeitas. Até o momento, 17 estados ainda registram bloqueios em rodovias. Com 37 bloqueios, Santa Catarina, seguida por Mato Grosso, com 30, e Pará, com 17, são os estados com mais interdições.
Os protestos são promovidos por grupos que não aceitam o resultado das eleições e a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas. Na tarde de terça-feira, 1º, o presidente Jair Bolsonaro se pronunciou pela primeira vez sobre o resultado das urnas e comentou os protestos que ocorrem nas estradas em todo o Brasil.
“As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônios e cerceamento do direito de ir e vir”, disse Bolsonaro.
Na segunda-feira, 31, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou o desbloqueio imediato das estradas, com punições aos manifestantes e ao diretor-geral da PRF em caso de descumprimento.
Desabastecimento
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) fez um alerta para o risco de desabastecimento e a falta de combustíveis, caso rodovias não sejam rapidamente desbloqueadas. Em nota, a entidade alertou que as indústrias já sentem os impactos no escoamento da produção e relatam casos de impossibilidade do deslocamento de trabalhadores.
Em Poços de Caldas, no Sul de Minas, muitos postos de combustíveis já estão sem gasolina. Desde o início da noite de segunda-feira, 31, as filas já se formavam nos postos da cidade.
Segundo o diretor regional do MinasPetro, Renato Barbosa Mantovani Filho, vários postos ficaram sem produto algum. De acordo com Mantovani, após a liberação das rodovias os preços dos combustíveis podem sofrer alterações.
Segundo a CNI, as paralisações já atingem o transporte de cargas essenciais, como equipamentos e insumos para hospitais, bem como matérias-primas básicas para as atividades industriais.
Dados da CNI mostram que 99% das empresas brasileiras usam as rodovias para transporte de sua produção. “O setor industrial se posiciona contrariamente a qualquer movimento que comprometa a livre circulação de trabalhadores e o transporte de cargas e que provoque prejuízos diretos no processo produtivo e na vida dos cidadãos – os mais impactados com essa situação”, destacou a CNI.
Veja abaixo onde continuam os bloqueios em Minas
- MGC-491, em Varginha: Interdição parcial
- BR-265, em Lavras: Interdição parcial
- BR-265, em Boa Esperança: Interdição parcial
- MGC-491, em Elói Mendes: Interdição parcial
- MGC-267, em Poços de Caldas: Interdição parcial
- MGC-267, em Campestre: Interdição parcial
- MGC-491, em Alfenas: Interdição parcial
- MGC-491, em Paraguaçu: Interdição parcial
- MG-184, em Alterosa: Interdição parcial
- BR-146, em Guaxupé: Interdição parcial
- MG-050, em São João Batista do Glória: Interdição parcial
- MG-050, em São Sebastião do Paraíso: Interdição parcial
- MGC-369, em Campos Gerais: Interdição parcial
- MGC-491, em São Sebastião do Paraíso: Interdição parcial
- LMG-857, em Itamogi: Interdição parcial
- MG-290, em Inconfidentes: Interdição parcial
- MG-290, em Borda da Mata: Interdição parcial
- MG-290, em Ouro Fino: Interdição parcial
- MGC-383, em Soledade de Minas: Interdição parcial