Universidade contribuiu ao longo dos anos com ampla participação no desenvolvimento do município
Especial – PUC Poços – Revista PUC
Nas montanhas ao sul de um estado que não encosta no oceano, o terreno vulcânico faz jorrar a água sulfurosa que, há um século e meio, determina o curso do desenvolvimento de uma cidade. Poços de Caldas finca raízes sobre as atividades termal e turística, mas amplia, nas décadas recentes, o espaço reservado a outros campos. O papel de protagonismo do ensino superior neste cenário é inegável.
Há 25 anos, a chegada da PUC Minas a Poços de Caldas passou a acelerar o processo de modernização do município. As mudanças se evidenciam, agora, na qualificação do mercado de trabalho e na transformação da paisagem urbana, especialmente nas redondezas do Campus. Onde predominava o mato, hoje abrigam-se estudantes e famílias. Onde faltavam caminhos, hoje abrem-se ruas com rumos variados. E onde profissionais eram menos abundantes, hoje carreiras de sucesso são trilhadas.
“Acompanhamos a evolução que o Campus proporcionou à cidade e as transformações que a comunidade local realiza na Universidade. É um caminhar em conjunto, que envolve a PUC Minas, o município, a região e toda a sociedade, gerando mudanças dentro e fora dos nossos espaços”, destaca o pró-reitor adjunto da PUC Minas Poços de Caldas, professor Iran Calixto Abrão.
Avançando no interior do estado, a PUC Minas assumiu, em 1997, o espaço ocupado até então pela Autarquia Municipal de Ensino de Poços de Caldas. A criação do Campus fora aprovada em 1996 e as aulas passaram a ocorrer no ano seguinte, com sete cursos naquele momento.
Era o início de uma história cujo enredo atual inclui 17 cursos de graduação, todos reconhecidos e bem avaliados segundo os indicadores do Ministério da Educação (MEC), além de dezenas de ofertas de pós-graduação que se renovam a cada semestre com a formação de novas turmas.
“Aliamos a qualidade de ensino a um programa pedagógico institucional cuja marca é a formação humanística, que se reflete nos quase 15 mil alunos graduados e mais de 2 mil profissionais especializados aqui até o momento. Fortalecemos ainda os cursos de ensino a distância e investimos em centenas de projetos de pesquisa e extensão, que aproximam a Universidade da comunidade”, ressalta o diretor acadêmico do Campus, professor Márcio Leandro Gonçalves.
Números relevantes:
275 mil m² área total ocupada pelo Campus
480 mil m² área da Fazenda Experimental
13 prédios compõem a estrutura do Campus
5 mil alunos de graduação matriculados atualmente
15 mil profissionais graduados
Mais de 2 mil profissionais especializados
O CAMPUS
17 cursos de graduação:
- Administração
- Arquitetura e Urbanismo
- Biomedicina
- Ciência da Computação
- Direito
- Enfermagem
- Engenharia Civil
- Engenharia de Produção
- Engenharia Elétrica
- Fisioterapia
- Jornalismo
- Medicina
- Medicina Veterinária
- Odontologia
- Psicologia
- Publicidade e Propaganda
- Relações Internacionais
Alguns serviços oferecidos:
- Centro Veterinário: consultas, exames e cirurgias por preços acessíveis.
- Clínica de Fisioterapia: vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS).
- Clínica-escola de Psicologia: serviços psicológicos prestados gratuitamente.
- Serviço de Assistência Judiciária (SAJ): atendimento gratuito à população de baixa renda.
- Dezenas de cursos de extensão abertos à comunidade externa todo semestre.
- Estudantes da área da Saúde inseridos e atuantes na rede pública.
Crescimento
As mudanças ocasionadas pela PUC Minas em Poços de Caldas vêm sendo testemunhadas ao longo de décadas. Há quem tenha percorrido cada pedaço do caminho junto ao Campus, desde o primeiro momento. É o caso de Gilmara Lopes Aversa, funcionária da Universidade há 25 anos, atualmente na supervisão da Divisão Financeira.
O relato de Gil – como é conhecida entre os colegas – é repleto de lembranças, que vão desde a construção dos prédios até as mudanças na paisagem do entorno, passando pelos tempos em que o vestibular presencial era a única forma de ingresso na Universidade. Sobretudo, prevalece a sensação de que todas as pessoas que passam pelo local saem transformadas pela formação humanística oferecida ali. “É minha família, minha casa, meu espaço. É parte de mim, porque eu também estudei aqui, me formei e me especializei, com pessoas que vou levar para o resto da vida. Fico feliz de ter feito parte destes 25 anos e gostaria de participar também dos próximos”, projeta.
Outra colega de longa data é Mariah Bambini Ayres. Há cerca de 20 anos, iniciou sua trajetória na Universidade na Assessoria de Comunicação. Deste período, sobressai a memória das longas viagens a escolas dos mais variados cantos de Minas Gerais e até mesmo de outros estados. O objetivo era, em suas palavras, “levar o nome da PUC”.
Mariah trabalhou também no SAJ e na Clínicaescola de Psicologia, mas foi no setor de Estágio, do qual é coordenadora, que se estabeleceu por mais tempo. Tem orgulho em contar que todos os cursos, à exceção dos recém-implantados, têm estagiários atuantes e profissionais inseridos no mercado por meio da PUC Carreiras. Quanto à rotina de trabalho, a profissional diz notar o senso de colaboração como traço forte da cultura interna: “Ser cordial, trabalhar em equipe, dividir conhecimento, vestir a camisa… Sempre foi assim”.
Transformando o mundo
A longevidade da PUC Minas Poços de Caldas possibilita que encontremos, hoje, professores que já foram estudantes de graduação nos cursos em que lecionam. Um exemplo é Celso Iwata Frison, que coordena, desde 2017, o Curso de Engenharia Elétrica, no qual se formou em meados da década de 2000.
Membro do corpo docente há mais de uma década, Celso assistiu ao crescimento do Campus enquanto o curso ampliava seu escopo inicial, focado em telecomunicações, para abranger os diferentes campos ligados à geração de energia. “Assim como os alunos, eu já estive nestas salas de aula e sei o quanto esta Universidade transforma pessoas e capacita profissionais para o mercado”, orgulha-se.
As conquistas de quem já escreveu capítulos desta história inspiram quem chega agora ao Campus. No início de 2021, a estudante Gabrielle Pereira dos Santos mudou-se de uma cidade no entorno de Brasília (DF) para Poços de Caldas, onde está realizando o sonho de tornar-se médica. Não foi um caminho fácil. Os anos de curso pré-vestibular foram permeados por dificuldades financeiras, superadas com o apoio da mãe, sua principal incentivadora na trilha dos estudos. A estudante chegou a ingressar em Odontologia em uma universidade federal, mas o desejo de cursar Medicina persistia. Um ano depois, por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni), do Governo Federal, garantiu sua vaga na PUC Minas.
“Estar na faculdade hoje, vindo de periferia, tendo passado por tantas dificuldades e sendo uma jovem negra, significa muito para mim, porque sei que muitos jovens que têm a mesma realidade que eu não tiveram oportunidades”, relata Gabrielle. Sua vivência rompe os preconceitos de uma área que, muitas vezes, é ocupada por um restrito grupo socioeconômico. A adaptação ao novo ambiente foi desafiadora, mas hoje ela se sente integrada e acolhida pelo Campus.
Na sua percepção, a formação oferecida pela Universidade pode contribuir para mudar a realidade do mercado: “A Instituição nos ensina a, antes de tudo, sermos profissionais humanos. Acho que esse é o grande diferencial da PUC Minas. Ela não só se preocupa com a parte técnica, mas também nos ensina a lidar com pessoas em suas diversas situações sociais. Minhas expectativas são muito altas porque sei que minha formação será completa.”
*Informações Revista PUC.