Ministro da Economia afirma que o governo está estudando a criação de um subsídio direto ao diesel
Minas Gerais corre o risco de passar por desabastecimento de diesel nas próximas semanas, conforme alerta divulgado pelo Minaspetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais). Segundo a entidade, a situação deve se agravar ainda mais no mês de abril. A situação é causada pelo prejuízo da crise global à demanda de combustível importado.
Em comunicado feito nesta quinta-feira, 24, o Minaspetro informa que se reuniu com representantes das principais companhias distribuidoras do Brasil. “O Sindicato foi informado que a Petrobras está com o fornecimento atual de 80% da demanda e os 20% restantes para atender a demanda interna deveriam ser supridos por combustível importado. Contudo, devido à atual crise global, as empresas importadoras não estão trazendo o produto do exterior”, detalhou.
O sindicato afirma que as companhias já estão tendo dificuldades para atender as redes contratadas. As corporações afirmam que os preços do petróleo e câmbio tornam inviável a compra de um carregamento a navio. A aquisição geraria um prejuízo de mais de R$ 100 milhões.
“Portanto, diante da situação, o Minaspetro faz o alerta para que os revendedores, principalmente os de marca própria, mantenham os estoques do diesel dentro da margem de segurança e sigam em contato direto com as distribuidoras, para que os impactos da crise sejam minimizados no mês que vem”, finaliza o comunicado.
Subsídio
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo está estudando a criação de um subsídio direto ao diesel, caso a guerra entre Rússia e Ucrânia se prolongue. “Vamos nos mover de acordo com a situação. Se isso [a guerra entre Rússia e Ucrânia] se resolver em 30 ou 60 dias, a crise estará mais ou menos endereçada. Agora, vai que isso se precipita e vira uma escalada. Aí sim, você começa a pensar em subsídio para o diesel”, disse, após uma reunião no último dia 10 de março.
Tanto Guedes como o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, negaram qualquer intenção de mudar a política de preços da Petrobras, que anunciou na ocasião um aumento de 18,77% para a gasolina, 16% para o gás de cozinha e 24% para o diesel nas refinarias. “O reajuste que houve hoje na Petrobras é um procedimento da própria empresa. Desde a lei do Petróleo, o mercado é livre. Foi o que aconteceu hoje”, justificou Albuquerque.
*informações BHAZ