A tragédia de Capitólio, que resultou na morte de dez pessoas no Sul de Minas Gerais, completa seis meses nesta sexta-feira (8). Aos poucos, a cidade vai recuperando o potencial turístico tendo como um dos trunfos a segurança na região. Em entrevista à reportagem de O Tempo, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Lucas Arantes, garante que em caso de novos acidentes nos cânions nenhuma pessoa será atingida.
“Uma das principais medidas que adotamos é o monitoramento geológico todas as manhãs. Para abrir a visitação aos cânions, temos uma equipe de geólogos que fazem vistorias e o levantamento de dados para ver se tudo está ok. Somente depois disso que as pessoas são liberadas”, pontua.
A investigação da Polícia Civil concluiu que a queda da rocha foi um “evento natural”. A pedra, de aproximadamente 900 toneladas, cedeu no dia 8 de janeiro, deixou dez mortos e 27 feridos. Todas as vítimas fatais pertenciam a uma mesma família e estavam em uma única embarcação batizada como “Jesus”.
Indagado se as medidas adotadas atualmente poderiam ter evitado a tragédia de janeiro, Arantes pontua. “As medidas que fazemos têm embasamento técnico. O risco ainda existe e as medidas são para mitigá-los. Hoje a visitação é mais restrita. Onde as pedras caíram, as lanchas não estão mais entrando. Se fosse hoje não teria problema, pois o monitoramento teria identificado. Temos segurança muito grande que se tiver outro acidente [nos cânions] não vai atingir as pessoas”.
A segurança para visitação está reforçada e nela está inclusa uma central de controle de quantas embarcações estão visitando os cânions. “Somente cinco podem ficar nas áreas dos cânions, é proibido som, o passeio é apenas contemplativo, ou seja, proibido parar para nadar; temos também redução na velocidade das embarcações”, disse,
Os visitantes também são obrigados a utilizarem coletes e capacetes.
Retomada do turismo
Desde o acidente de janeiro, Capitólio vem, aos poucos, retomando os turistas. Esta época do ano, conforme explica Arantes, já é de baixa procura por conta do tempo frio. Apesar disso, os empresários da região estão percebendo boa procura para o final do segundo semestre. “O pessoal tem relatado bastante procura para os meses de setembro e outubro, que é quando começa o movimento do fim de ano. O turismo está voltando e não está tão acelerado pois acreditamos que o fato econômico pesa, principalmente o preço do combustível”.
“Fizemos pesquisas recentes e percebemos aumento no número de turistas de lugares mais próximos, por conta mesmo do preço para deslocamento. A economia na cidade é muito focada no turismo e quando caiu sofremos muito. Temos tomado muitas atitudes para evitar novos acidentes e queremos atrair os turistas. Em Capitólio tem muita coisa para conhecer”, finaliza.
*Fonte: O Tempo