Ao fim do pleito, Simone Tebet (MDB) obteve 4,9 milhões de votos, o que representa 4,2% dos votos válidos. MDB liberou filiados nesta quarta.
A terceira colocada no primeiro turno das eleições presidenciais, Simone Tebet (MDB), formalizou, nesta quarta-feira (5/10), apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o segundo turno da disputa presidencial, que ocorrerá no dia 30 de outubro.
“Depositarei no ex-presidente Lula o meu voto. Reconheço seu compromisso com a democracia e a Constituição, o que desconheço no atual presidente”, disse a emedebista, em pronunciamento convocado pela campanha para esta tarde.
Emocionada, Tebet agradeceu os votos que recebeu no primeiro turno. “Apresentei minha candidatura diante de um país dividido pelo discurso do ódio, pela polarização ideológica e disputa que não confrontava os reais problemas do país. As urnas falaram, o povo se fez ouvido, cumpriu-se o rito da Constituição, que hoje completa 34 anos, venceu a democracia”, disse.
“Aprendi, ao longo da minha vida pública, que não se luta apenas para vencer. O eleitor optou por dois turnos. Em face de tudo que testemunhamos nos últimos tempos, não estou autorizada a abandonar as ruas e as praças, enquanto a vontade soberana do eleitor não se fizer presente”, prosseguiu.
A emedebista defendeu que, segundo ela, não poderia se omitir no segundo turno. “Minha consciência me diz que, neste momento, omitir-me seria trair minha trajetória de vida pública. Seria desonrar a história de vida pública de meu saudoso pai. Não anularei meu voto, não votarei em branco, não cabe omissão”, enfatizou.
“Critiquei e continuo a reiterar as minhas críticas, mas pelo amor que tenho ao Brasil, à democracia, à Constituição, peço desculpas aos meus amigos e companheiros que imploraram a neutralidade. O que está em jogo é muito maior que cada um de nós. Votarei com a minha consciência e com a minha razão”, completou Tebet.
Almoço com Lula
O pronunciamento ocorre horas após a emedebista almoçar com o ex-presidente. Segundo revelou o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, Tebet se reuniu com o petista para discutir pontos relacionados ao apoio oficial. Além de Lula participaram do encontro, na casa da ex-senadora Marta Suplicy, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice de Lula, e o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), que disputa o segundo turno ao governo de São Paulo.
Ao fim do pleito, Simone Tebet (MDB) obteve 4,9 milhões de votos, o que representa 4,2% dos votos válidos. Cobrada sobre eventuais apoios no segundo turno, ela disse que “já tinha um lado”.
“Não esperem de mim, eu, que tenho uma trajetória de vida de luta pelo país, este país que tanto precisa de nós – de reflexão, de ação –, não esperem de mim omissão”, disse a senadora.
“Há muito o que refletir e jamais nos omitir. Como política partidária, respeito o processo eleitoral, que não terminou, agora é hora de os presidentes dos nossos partidos se pronunciarem. Temos que analisar os resultados das urnas para que possa me posicionar”, prosseguiu.
Mais cedo, nesta quarta-feira (5/10), o MDB confirmou que liberaria seus filiados para apoiar quem quiserem no segundo turno das eleições presidenciais deste ano. Em nota, a sigla diz que “por ampla maioria”, decidiu “dar liberdade para que cada um se manifeste conforme sua consciência”.
Terceira via
Assim como Ciro Gomes (PDT), Tebet se colocava como candidata da terceira via – um postulante que faça oposição aos dois melhores colocados, Bolsonaro e Lula. A senadora conseguiu ultrapassar o pedetista, que nas últimas tentativas de candidatura à Presidência da República se manteve no terceiro lugar.
Simone iniciou sua trajetória política em 2002, como deputada estadual pelo MDB. Depois, por duas vezes, foi eleita prefeita da sua cidade natal. Foi vice-governadora e iniciou o mandato no Senado Federal em 2015.
Em um cenário geral, após a apuração do pleito de domingo (2/10), Tebet avaliou que o desempenho, ao final do primeiro turno, foi positivo.
“O brasileiro optou por dois turnos, mais do que isso, nos fez gigantes. Difícil chegar aonde chegamos, uma candidatura fruto da resiliência de duas mulheres. Apesar de tudo, contra tudo e todos, saímos do zero, a cada dois passos, um passo pra trás, tivemos que justificar que nossa candidatura era para valer. Caminhada muito bonita, estou muito feliz com o resultado que conseguimos obter”, completou.