Abalo sísmico registrado pela UNB em Poços de Caldas foi superior ao que ocorreu na cidade em 2018
Mais do que os relatos feitos nas redes sociais na noite da última quinta-feira, 24, por internautas de Poços de Caldas, município do Sul de Minas Gerais, e cidades paulistas como São João da Boa Vista, Vargem Grande Sul e Divinolândia, abalos sequenciados foram registrados até próximo da meia-noite daquele dia, segundo o serviço de sismologia da Universidade de Brasília (UNB), tendo sido registrada maior intensidade de 2,7 graus na escala Richter, que vai até 10. Vale destacar que foi 0,5 graus superior ao registrado em 2018.
De acordo com os relatos dos internautas feitos naquela noite, eram quase 21h da quinta-feira quando se ouviu um forte estrondo, como se fora um trovão ou transformador da rede elétrica, logo na sequência, segundo os diversos relatos, sentiu-se o chão tremer, o mesmo com portas e janelas, animais domésticos, como cães, assustados, dando entender que buscavam a origem de tudo aquilo.
Dados apresentados pela a UNB demonstram que tratou-se de um terremoto de baixa magnitude registrado no Sul de Minas Gerais até às 23h48 daquela noite do dia 24, e, ao mesmo tempo, confirmam a ocorrência de abalos sísmicos não apenas no município mineiro, mas, também em localidades do interior de São Paulo.
Não diferente, o Observatório Sismológico da UnB explica que a magnitude do tremor em Poços de Caldas é considerada baixa. O primeiro abalo foi registrado às 20h48 [conforme os relatos dos internautas] e os tremores se estenderam até pouco antes de 0h.
Conforme noticiado pelo “Alô Poços” naquela mesma noite, os bombeiros da 1ª Cia. Independente, sediada em Poços de Caldas, também chegaram a ser comunicados do ocorrido, mas, não houve registro de nenhuma ocorrência.
Assim como o ocorrido em 2018, quando foi registrado um abalo sísmico de 2,2 graus na escala Richter em Poços de Caldas, especialistas enfatizam que se trata de uma falha geológica e a acomodação de placas que, ao se deslocarem provocam esse tremor, aproveitando para descartar qualquer alusão a atividade vulcânica, uma vez há milhões anos se registra sua inatividade.
As explicações da UNB são reafirmadas pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP). “O terremoto pode ser definido como um movimento brusco e repentino do terreno, como resultado de um falhamento”, explicam os cientistas acrescentando que “para medir o ‘tamanho’ do fenômeno, especialistas usam a magnitude conforme uma escala chamada Richter”.
Essa magnitude está diretamente ligada à energia sísmica liberada, além da amplitude das ondas, ou seja, o alcance em que o abalo é sentido a partir do epicentro, registradas pelos sismógrafos, de modo que os grandes e devastadores terremotos alcançam magnitudes de 7,0 graus, 8,0 graus e até superiores de acordo com a escala Richter.