A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) informou, nesta quarta-feira (9), ter aberto processo administrativo disciplinar contra o professor Mauro Tostes, da Faculdade de Medicina. Neurocirurgião, ele tornou-se alvo de denúncias por conta de comentários preconceituosos publicados nas redes sociais.
Na nota, a UFMG diz repudiar “veementemente quaisquer comportamentos discriminatórios” e diz estar ciente do caso envolvendo o professor Mauro. “A Faculdade de Medicina reitera, ainda, que as afirmações do professor não a representa em nenhum grau”, diz um trecho do comunicado (veja abaixo).
Denúncias contra Mauro Tostes
Uma página criada no Twitter, intitulada “Mauro Tostes na cadeia”, afirma que o médico, “ao longo de seus anos de medicina e docência”, teria cometido “crimes que passam impunes por serem tratados unicamente pela sua classe”.
Na plataforma Imagur, mais de 80 prints com comentários feitos pelo perfil de Mauro foram reunidos. Em um deles, o professor ataca a agora deputada federal Duda Salabert (PDT). “Você é trans-jumento? Ou trans-cachorro? Ou jumento-trans-gente? Não entendo dessas coisas”, escreveu ele em postagem de Duda no Twitter.
Além de Duda Salabert, outras personalidades conhecidas do grande público também foram alvo de comentários do professor. “Você tem projeto de que? Palavras cruzadas? A cada 4 anos você consegue acabar com uma e se considera intelectual. Coitada, tem é Alzheimer”, escreveu ele em post de Marina Silva.
Já em relação ao presidente eleito Lula, o médico afirmou que ele estaria com câncer. “Linfonodo jugulodiástrico necrosado. Deve ter feito quimioterapia recente e extensa”, tuitou em resposta a um post.
Também no Twitter, internautas e estudantes da UFMG questionam se o comportamento de Mauro Tostes pode ser aceitável, já que ele é um docente em universidade pública. Nesta quarta-feira, ele teve a conta no Twitter suspensa.
UFMG contra violação de direitos humanos
Na nota divulgada hoje (9), a UFMG ainda lembra que o Conselho Universitário aprovou a resolução 09/2016, em 31 de maio, que dispõe sobre “a violação de direitos humanos e erradicação de atos discriminatórios de qualquer natureza, no âmbito da Universidade”.
Segundo a UFMG, a norma proíbe expressamente, entre outros, “todo preconceito ou discriminação contra pessoas, em função de sua orientação sexual lésbica, homossexual, bissexual ou identidade de gênero presumidas”.
A reportagem procurou o médico e aguarda posicionamento. A matéria será atualizada tão logo ele se manifeste.
Nota da UFMG na íntegra: