Imunizante foi desenvolvido pela USP e, se aprovado, pode ajudar a prevenir tipo de malária que mais atinge população brasileira.
A vacina contra a malária desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP), deve começar a ser testadas em seres humanos em 2023. A notícia foi divulgada pelo site da universidade.
O imunizante tem como base a proteína quimérica universal. Quando testada em camundongos, ela conseguiu controlar a atividade do parasita responsável pelo tipo de malária mais comum no Brasil, o Plasmodium vivax. Só em 2020, foram notificados mais de 145 mil casos da doença, maioria na Amazônia, segundo dados do Ministério da Saúde.
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A aprovação da vacina é vista com esperança por profissionais de saúde, uma vez que ainda não existem fórmulas licenciadas contra o esse tipo de malária no Brasil.
“Os imunizantes recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) têm pouca eficácia no Brasil, porque são contra outra espécie de parasita que tem alta incidência na África. Por isso, estamos ansiosos para começar logo os estudos clínicos, avaliar a segurança e a capacidade dela em proteger a população”, explica a professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, Irene Soares. Ela também é coordenadora do estudo.
O imunizante que vai ser aplicado nos testes em humanos está sendo produzido em parceria com a Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos. A previsão é que a tecnologia seja transferida para o Brasil assim que a vacina for aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).
Para iniciar os testes clínicos, pesquisadores precisão comprovar resultados pré-clínicos aos órgãos reguladores e, ainda, mostrar, por meio de estudos, a estabilidade da vacina e as condições de armazenamento e validade. As próximas etapas serão desenvolvidas com o apoio do Centro de Tecnologia de Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Vacina não descartará outras estratégias de controle
Segundo Irene, só depois de testes clínicos mais avançados é que os pesquisadores vão saber o nível de proteção que a fórmula irá conferir. Por isso, medidas de proteção – como uso de mosqueteiros e repelentes -, diagnóstico precoce e tratamento adequado deverão continuar. “Se uma vacina não é 100% protetora, as medidas de proteção individuais e coletivas devem ser mantidas”, completa.
Sobre a malária
A malária é uma doença parasitária que tem como principais sintomas febre alta, calafrios, tremores, suor excessivo e dor de cabeça. Se não tratada rapidamente, a enfermidade pode provocar convulsões, hemorragias e, em alguns casos, até mortes. As principais formas de diagnóstico são o exame de gota espessa (visualização do parasita por meio de microscópio), os testes rápidos e moleculares. O tratamento é feito por remédios antimaláricos, distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).