Você sabia que, mesmo com o financiamento imobiliário, é possível encurtar o prazo para realizar o sonho da casa própria e também escapar do pagamento de parte dos juros? Por meio da amortização extraordinária, a pessoa que recebeu o empréstimo diminui sua dívida com pagamentos extras, independentes da parcela mensal já programada, sobre os quais não são aplicados juros.
“O valor dado na amortização é descontado do custo real do imóvel, e não do que foi acordado no contrato de financiamento”, explica Thiago Godoy, educador financeiro da corretora de investimentos Rico.
Por isso, ele diz, o que é pago como amortização vale a pena, porque reduz o saldo da dívida e o número de parcelas. “Uma pessoa que paga uma parcela de financiamento, por exemplo, de R$ 2.000, desse valor, só 40% (R$ 800) se refere ao custo do imóvel, e 60% (R$ 1.200) é de juros, relativos ao ‘aluguel do dinheiro’ que foi emprestado pelo banco para a compra daquela casa ou apartamento. Se, além da parcela de R$ 2.000, que tem de ser paga mensalmente, em um determinado mês, o devedor conseguir dar mais R$ 2.000, ou até menos, o que for pago a mais não vai eliminar outra parcela, mas vai ser subtraído do que falta pagar do valor do imóvel, sem a inclusão dos 60% de juros que haveria em uma parcela paga no prazo regular”, fala Godoy.
Os R$ 2.000 pagos como amortização poderiam eliminar, por exemplo, três parcelas da dívida, mas cada banco tem uma tabela.
Fazer a amortização da dívida, além de vantajoso, é um procedimento simples, que pode ser realizado pelo aplicativo da maioria dos bancos. “Normalmente há duas formas de amortização: por tempo e por valor, mas a que vale mais a pena é essa por valor, que expliquei anteriormente”, diz o educador da Rico. Ele informa que, antes de efetivar a operação, os clientes podem fazer simulações dos valores para conferir os benefícios.
Orçamento apertado
Comprar a casa própria é o sonho de 87% dos brasileiros adultos, segundo o Censo de Moradia QuintoAndar, divulgado em fevereiro deste ano, que também mostra que a maioria da população (52%) recorre ao financiamento imobiliário para realizar esse desejo. Com isso, muitas pessoas passam a ter quase um terço do orçamento mensal comprometido com essa dívida, por um longo período, de até 30 anos.
Além disso, o estudo, feito em parceria com o DataFolha, mostra que apenas 45% das pessoas que querem comprar um imóvel fazem um planejamento financeiro para isso. O gasto mensal médio do brasileiro com a parcela do financiamento imobiliário é de R$ 715, valor que equivale a cerca de 27% da renda de uma família.
“A parcela acaba pesando muito no orçamento familiar, e por um longo período. Como a maioria das pessoas não se planeja para isso, deixa de pagar, e a dívida aumenta”, analisa Godoy, que insiste nas vantagens da amortização.
Mas se o orçamento está apertado, como é possível antecipar pagamentos? Primeiramente, aproveitamento pagamentos extras, como o 13º salário. “Também é importante buscar fontes de renda extra, pensando em eliminar essa dívida, porque nunca se sabe o dia de amanhã”, finaliza o educador financeiro.