Durante tumultuada reunião, vereadores tiveram a oportunidade de assistir ao vídeo que deu origem a Moção. A sessão foi interrompida e os vereadores debateram por 21 minutos antes da aprovação por 9 x 3 da Moção de repúdio ao áudio vazado do secretário
A reunião dos vereadores de Poços de Caldas, município do Sul de Minas Gerais, realizada na tarde desta terça-feira, 19, foi tumultuada já no Primeiro Expediente quando foi apresenta a Moção de Repúdio 53/2022 (http://200.202.244.146:8080/sapl_documentos/materia/86576_texto_integral) contra o ex-secretário de governo Celso Donato de Morais Filho (PSD) “por utilizar de suas atribuições legais e prerrogativas do cargo para obter vantagens”, proposta pelos vereadores Diney Lenon (PT), Lucas Arruda e Tiago Braz, ambos da Rede.
De acordo com a Moção de Repúdio, “o ex-secretário de Governo, senhor Celso Donato de Morais Filho, por ocasião de um show em 2018, mais precisamente no dia 13 de outubro, se valendo da condição privilegiada de agente político, solicitou 27 ingressos para atender pedidos, inclusive do prefeito Sérgio Azevedo” (PSDB).
Os autores da Moção consideram que a postura de Celso Donato não condiz com os princípios da moralidade, tendo sido uma postura de amplo repúdio da população. “Solicitar ingressos para prefeito, filha do prefeito, namorado da filha do prefeito e outro secretário e família acaba por constituir uma postura inadequada e conflitante aos princípios da impessoalidade”, cravam.
Levantamento que está em andamento aponta que o Município cancelou a dívida do promotor do evento que descumpriu a legislação, dentre elas o horário de encerramento do show, que havia autorização para acontecer até às 2h e se estendeu até às 3h, “sendo multado em mais de R$ 18.000,00, o que causa estranheza quanto às justificativas deste cancelamento”.
As discussões se estenderam por mais de uma hora, o vídeo com a denúncia que circulou nas redes sociais foi exibido no Plenário. A reunião chegou a ser suspensa por 21 minutos, onde os vereadores debateram entre si a existência de provas e os votos.
Em meio às discussões, defesas controversas contra a Moção, como a do vereador Pastor Roberto Santos (Republicanos), que admite a conduta inadequada do ex-secretário Celso Donato, mas votou contra a manifestação acompanhado pelo líder do prefeito na Câmara, vereador Flávio Togni de Lima e Silva (PSDB), e pelo vereador Wellington Alber Guimarães – Paulista (União Brasil).
Por fim, a Moção de Repúdio foi aprovada por nove votos a favor e três contrários. Vale registrar que o presidente na Casa não vota e foram anotadas as ausências dos vereadores Claudiney Marques e Ricardo Sabino, ambos do PSDB, partido da base de apoio da Administração Municipal no Legislativo.
Veja vídeo exclusivo dos bastidores da reunião dos vereadores na tarde desta terça-feira, 19: