“Operação Tartaruga” já conta com a adesão de vários municípios no Sul de Minas Gerais e envolve todas as corporações das forças de segurança
Deflagrado na última terça-feira, 22, o movimento grevista das forças de segurança em Minas Gerais ganha força e adesão das unidades por todo o Estado e, na região de Poços de Caldas, município da região Sul, não é diferente. A paralisação afeta todas as categorias, polícias Militar, Civil, do Meio Ambiente, Penal, Rodoviária, Corpo de Bombeiros, dentre outras. Elas pedem recomposição salarial de 24% e acusam o acúmulo de 40% em perdas salariais.
Notícias da manhã desta quarta-feira, 23, dão conta da adesão à paralisação nos municípios de Campestre, Ipuiuna, Cabo Verde, Botelhos e Andradas. Em Poços de Caldas, de acordo com informações da Polícia Civil, nenhuma ocorrência da Polícia Militar chegou à Delegacia desde ontem, 22, “Esse movimento está sendo encampado no Estado inteiro, inclusive as outras forças. A PM, por exemplo, abraçou de corpo e alma esse tanto que, desde ontem, eles não levam nenhuma ocorrência para nós lá [na Delegacia da Polícia Civil]. Eles estão a passos de tartaruga mesmo. Não aportou nada, nenhum procedimento, a não ser se for algo de urgência, alguma coisa que envolva flagrante, fora isso, está todo mundo na ‘Operação Tartaruga’. O Estado inteiro está funcionando dessa forma”, informam.
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As delegacias da Mulher, de Trânsito, Unidade de Atendimento Integrado (UAI), etc. foram panfletadas e reduziram o atendimento. “Então, a gente está continuando com esse movimento”, enfatizam.
Ainda em Poços de Caldas, um grupo foi organizado para passar por todas as unidades e dar apoio aos colegas no movimento.
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O diretor regional efetivo no Sul de Minas Gerais do SINDPOL-MG, Márcio Araújo da Silva (Márcio Carioca), divulgou um vídeo específico para Poços de Caldas e municípios do Sul de Minas explicando o movimento e como deve prosseguir nos próximos dias, enfatizando as diretrizes que estão sendo traçadas. Assista ao vídeo:
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Vale observar que, pela Constituição Federal, os policiais e bombeiros militares não podem fazer greve, já os policiais civis tem impedimento para fazer greve desde 2017, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por essa vedação.
As lideranças da “Operação Tartaruga” e das paralisações asseguram que as categorias estão sendo orientadas individualmente, sendo sugerida a manutenção dos servidores dentro das unidades administrativas, como, em quartéis e delegacias. Elas também rechaçam a alegação do governo Zema, que condiciona a recomposição salarial ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) assumido com o governo federal. Com isso, qualquer negociação do movimento grevistas com o Estado só deve acontecer se o governador Romeu Zema e seus secretários acenarem um caminho diferente. “O RRF, defendido pelo governo para dar o reajuste, é visto pelos servidores como um retrocesso para a carreira pública”, salientam.