Após duas semanas, as vítimas do ataque com drone que ocorreu em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, entraram com uma ação judicial pedindo indenização aos responsáveis. O episódio ocorreu durante o lançamento da aliança entre o pré-candidato ao Governo de Minas, Alexandre Kalil (PSD) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no último dia 15.
Na ocasião, três homens foram presos e liberados após serem flagrados pilotando um drone carregado com líquido malcheiroso que atingiu apoiadores dos dois políticos. O assunto foi debatido nesta segunda-feira (27) durante reunião na ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais), que contou com a presença da defesa das vítimas.
Parlamentares definiram o caso como “cerceamento da livre expressão, da livre associação e da livre organização política”. Na ação, que tramita na 6ª Vara Cível da Comarca de Uberlândia, as vítimas pedem o pagamento de 100 salários mínimos – valor equivalente a cerca de R$ 121 mil.
“No meu ponto de vista foi um atentado à ordem pública, um atentado à segurança, aos direitos constitucionais. Essa assembleia tem o objetivo de iniciar uma série de atas para elucidar esse fato, para fazer a verificação, identificação de possíveis vítimas, do produto lançado sobre as pessoas que estavam no evento”, explica, ao BHAZ, a advogada Joana D’arc de Castro, que representa três dos atingidos.
‘Há busca por justiça’
Vídeos gravados durante o ataque mostram uma grande correria no local onde o evento seria realizado. Ao BHAZ, o assessor da deputada Andréia de Jesus (PT), Iuri Guilherme, contou na época que o episódio gerou muita confusão. Segundo ele, várias crianças e idosos foram atingidas pelos excrementos (veja aqui).
Joana conta que uma das vítimas representadas por ela é uma idosa de 73 anos, que machucou o joelho ao enquanto fugia da mira do drone. A advogada espera que o apoio de deputados ajude a pressionar órgãos públicos acerca do episódio.
“A comissão fará alguns requerimentos, como ao munícipio de Uberlândia pra verificar a questão do dano ambiental, invasão do espaço privado. Essa reunião vem como um reforço para todas as pessoas que se sentiram lesadas saberem que há busca por justiça. Se o ato é contra o povo, nada mais justo que os representantes do povo tomem essa iniciativa”, finaliza.
*Informações Portal BHAZ.