Aos que não me conhecem vou me apresentar: sou o Douglas Eduardo de Souza, mais conhecido como Dofu, graduado em Engenharia de Produção, pós-graduado em Gestão Pública e formado em Políticas pelo RenovaBR. E atuo como empresário e estou vereador em Poços de Caldas. Acredito enormemente na educação para a cidadania, assim, vou usar meu espaço no Alô Poços para tratar das questões que precisamos dominar para discutirmos política.
Vamos começar nossa coluna conversando sobre um conceito que nos é muito caro: democracia. Caro leitor, pode achar que é algo irrelevante ou clichê, mas desde o século V a.C. ela é discutida e parece que ainda não foi esgotada.
Democracia quer dizer poder do povo. Em uma democracia, como a que temos hoje, não é o povo que governa diretamente, mas ele escolhe o indivíduo ou o grupo que governa; o povo, por sua vez, além de escolher controlará como os eleitos governarão.
O exemplo histórico de democracia mais conhecido que temos é o de Atenas, por volta do século V a.C. Nessa pólis grega, o cidadão (homem, nascido em Atenas) participava diretamente das escolhas. Os cidadãos que participavam das deliberações eram sorteados, previamente, para depois participarem das deliberações. Isso é magistralmente retratado no filme Sócrates, de 1971, dirigido por Roberto Rosselini.
Se os gregos viveram uma democracia participativa, nós vivemos em uma representativa. Hoje, elegemos os nossos representantes por meio do voto. Com isso, o voto é uma expressão da nossa liberdade e da nossa igualdade. Todos têm a liberdade de escolher o destino político; e todos os votos têm o mesmo valor. Quando estamos diante de uma democracia representativa devemos considerar o tipo simples e o complexo. Simples quando o representante que votamos é eleito e nos representa; ele é a expressão, o reflexo, do representado. Complexo quando alguém é eleito por um grupo mas não representa todos do grupo. Porém, o eleito é representante tanto dos que votaram nele quanto dos que não votaram.
Dessa forma, os eleitos devem representar a coletividade, todos. A grande questão em uma democracia é a formação de uma sociedade em que todos possuem liberdade e igualdade ao mesmo tempo em que é diversa, não há unanimidade. Apesar das divergências todos fazem parte e possuem os mesmos direitos.
A beleza e a maturidade de uma sociedade democrática estão na diferença, na boa convivência e na boa legislação diante da diversidade. Assim, é preciso considerar a universalidade da utilidade comum para representar.
Do século V a.C. até o nosso século XXI muitas experiências históricas ocorreram, consequentemente, tivemos mudanças teóricas. Mas o que queremos frisar aqui são as mudanças sociais, as construções que tivemos enquanto sociedade e o quanto é importante reforçarmos a liberdade, a igualdade, os direitos e a solidariedade.