Por Isadora Prévide Bernardo –
E se não fosse aquela esperança que permeia a todos na virada do ano? Parece que tudo será renovado ao usar roupa branca, pular as sete ondas e fazer as simpatias de final de ano. Esperança de verdade, caro leitor e cara leitora, experimentavam os homens gregos, cidadãos da pólis. Quando sorteados para participar das decisões da pólis, sentavam-se em círculo na ágora para decidir sobre o futuro da cidade, tomavam as decisões políticas. Sorte? Felicidade? Não, direitos dos cidadãos atenienses em uma democracia participativa, apenas isso.
Eles se sentiam esperançosos com as decisões que podiam tomar. Não estavam movidos pelo medo ou pelas desinformações. Mas os homens atenienses tomavam decisões que hoje julgamos erradas, que seus contemporâneos julgaram erradas. E como! Por exemplo, condenaram Sócrates. Não foi à toa que Platão criticava aquela democracia participativa em que homens decidiam sobre o futuro da pólis. Hoje Sócrates seria condenado mesmo sem democracia participativa.
O que os cidadãos gregos daquela época tinham e nós precisamos resgatar é a esperança. Vamos manter a esperança de que o próximo ano será melhor, vamos buscar construir uma vida ética. Se usar branco, comer romã e todas as superstições e simpatias fazem bem, então, aproveite e faça todas! Mas o mais importante é mudar a postura diante da vida e ter uma esperança ativa!
Feliz Ano Novo Alô Poços!!!