Por Isadora Prévide Bernardo –
Isolda era quieta e ocultamente otimista. Sentia-se isolada em um mundo caótico, mas carregava em si uma esperança. Observava muito. Começou a observar o comportamento de jovens. Apenas um detalhe: ela era jovem, mas notava aqueles entre 20 e 30 anos que se comportavam de modo bem diverso. Isolda não era moralista, mas respeitava o outro e se respeitava.
Diante de um mundo paradoxal, em que nada se resolve de maneira simples, nem pode ser explicado por uma luta de bem contra o mal, Isolda fazia exercícios mentais constantes para organizar suas ideias. E ela notava que os jovens simplificavam tudo a um maniqueísmo. Com tantos questionamentos, inquietações, curiosidades e busca por respostas, Isolda sentia-se feliz. Observava que tinha sido educada na ética e não para a ética. Gostava da arte de viver junto – da política – mesmo que isso fosse difícil em tempos de desvalorização da democracia.
Certo dia, um colega lhe perguntou:
– Qual o seu problema? E ela respondeu:
– Ser, e não buscar o pertencimento e a aparência.