O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, teve seu pior resultado da história na corrida ao Planalto. Com 99,99% das urnas apuradas, o pedetista terminou a disputa na noite desse domingo (2) com 3,04% dos votos, em quarto lugar.
Ciro Gomes recebeu 3.599.201 votos, atrás de Simone Tebet (MDB), que levou a terceira posição com 4,16% (4.915.306 votos). Em todas as tentativas anteriores, desde 1998, o pedetista havia alcançado pelo menos uma média de 11% dos votos.
Veja abaixo a performance ao longo dos anos, conforme o TSE (Tribunal Superior Eleitoral):
- 1998 (Candidatura pelo PPS): 10.966% dos votos – 3º lugar;
- 2002 – (Candidatura pelo PPS): 11,972% dos votos – 4º lugar;
- 2018 – (Candidatura pelo PDT): 12,47% dos votos – 3º lugar;
- 2022: (Candidatura pelo PDT): 3,04% dos votos – 4º lugar.
Polêmicas e críticas
Algumas polêmicas em que Ciro se envolveu podem explicar o resultado desfavorável. Ao explicar seu plano econômico para uma plateia de empresários, ele disse ter feito um “comício para gente preparada”. Depois, enfatizou a dificuldade que teria ao fazer a mesma exposição em uma favela (leia mais aqui).
Em outra ocasião, Ciro ainda criticou uma fala de sobre a legalização do aborto, definindo-a como “estapafúrdia”. A declaração não foi bem-recebida por setores da esquerda que defendem a pauta como questão de sáude pública.
Além disso, com o desenrolar da campanha presidencial, uma parcela do eleitorado que apoia o ex-presidente Lula classificou Ciro como “linha auxiliar de Bolsonaro”. Isso porque a previsão sempre foi de uma disputa acirrada entre o petista e o atual presidente, na qual Ciro não escolheu lados.
Segundo grupos da esquerda brasileira, Ciro poderia ter manifestado apoio a Lula para que as eleições fossem definidas ainda no primeiro turno. Afinal, em razão da polarização entre os principais candidatos, a vitória do pedetista seria pouco provável.
Nesse sábado (1º), na véspera das eleições, ele pediu votos publicando uma foto ao lado de Bolsonaro:
‘Nunca vi situação tão complexa’
Consagrado como a representação da “terceira via”, Ciro Gomes ainda não manifestou apoio a Lula ou Bolsonaro desde o resultado do primeiro turno. Uma das estratégias da campanha política do pedetista foi atacar ambos os lados, tecendo críticas duras aos candidatos.
Em pronunciamento após a apuração, na noite de ontem, o pedetista disse estar “profundamente preocupado” com o que está assistindo acontecer no Brasil.
“Como vocês sabem, eu vou inteirar 65 anos de vida e tenho 42 deles dedicados ao amor, à minha paixão ao Brasil. Eu nunca vi uma situação tão complexa, tão desafiadora, tão potencialmente ameaçadora sobre a nossa sorte como nação”, continuou.
“Eu peço a vocês que me deem mais algumas horas para conversar com os meus amigos, com o meu partido, para que a gente possa achar o melhor caminho e o melhor equilíbro para bem-servir a nação brasileira”, finalizou.