Mercado divide atenções entre o conflito no Leste europeu e as decisões dos bancos centrais nos EUA, Japão, Reino Unido e no Brasil.
Copom deve elevar a Selic em ao menos 1pp e sinalizações do comunicado vão mover os juros futuros após a perspectiva sobre a inflação ser agravada pela alta dos combustíveis e IPCA.
Fed deve iniciar ciclo de aperto monetário com alta das commodities, que amplia os riscos inflacionários e para o crescimento. B3 retomará horário normal.
Copom após IPCA
O mercado amplia a aposta em um Copom mais hawkish após a alta dos combustíveis e a aceleração maior que o previsto do IPCA de fevereiro.
A curva de DI precifica elevação de 114 pontos na semana que vem e mais 96 pontos em maio – sugerindo probabilidade de duas altas seguidas de 1pp nas duas próximas reuniões ou até mesmo uma elevação de 1,25pp neste Copom, seguida de 0,75pp ou 1pp em maio.
Antes mesmo dos eventos dos dois últimos dias, o mercado já considerava a possibilidade de o BC ter de estender o aperto monetário mais do que o previsto anteriormente para ancorar as expectativas inflacionárias no novo cenário de preços mais altos do petróleo e outras commodities.
Fomc, BOJ e BOE
O custo econômico da guerra, incluindo um aumento sem precedentes nos preços das commodities, será o pano de fundo das decisões de três dos BCs mais influentes do mundo: o Fed, o Banco da Inglaterra e o Banco do Japão.
O presidente do Fed, Jerome Powell, que falará após a decisão, já disse que recomendará um aumento de 0,25pp em 16 de março, no primeiro aumento desde dezembro de 2018.
No Reino Unido, o BOE anuncia sua decisão dia em 17 de março, com as apostas indicando mais de 1pp de aumento até junho. Os BCs do Japão, Indonésia e Taiwan também se reúnem.
E os investidores estarão atentos a qualquer anúncio de estímulo do BC chinês depois que o país estabeleceu agressiva meta para a economia.
A China divulga dia 14 dados de produção industrial e vendas no varejo. EUA divulgarão dados de varejo e indústria, além do PPI.
Rússia x Ucrânia
A guerra na Ucrânia continua como fonte de volatilidade dos ativos. Nesta sexta-feira, as bolsas chegaram a mostrar alívio com comentários de Putin. “Há certos desenvolvimentos positivos, até onde os negociadores do nosso lado me informaram”, disse o presidente Vladimir Putin, segundo a IFX.
Conversas acontecem quase diariamente, disse o presidente russo. Por volta do meio-dia, porém, os ativos devolveram a melhora.
Presidente dos EUA, Joe Biden, defendeu o fim das relações comerciais normais com a Rússia. Os ativos de risco tiveram alívio na quarta-feira com perspectiva de entendimento entre países em conflito, mas reverteram parte das altas no dia seguinte com a falta de acordo.
Combustíveis e Fertilizantes
Após o reajuste dos preços da Petrobras (PETR3; PETR4), o governo ainda avalia a possibilidade de criar subsídio temporário para o diesel, caso os efeitos da invasão russa na Ucrânia sigam aumentando, disse Paulo Guedes, ao lado do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na quinta-feira.
Segundo o Estado, cegonheiros e transportadores de combustíveis anunciaram paralisação a partir da última sexta-feira. O governo também tenta evitar falta de fertilizantes, que o Brasil importa da Rússia. O Brasil vai defender na FAO que os produtos fiquem fora de sanções contra Moscou.
Eletrobras, Braskem, B3
A Eletrobras, que teve o processo de desestatização recentemente aprovado pelos acionistas, divulga os resultados trimestrais e de 2021 na próxima segunda-feira.
A semana também tem na agenda os balanços de Magazine Luiza, também no dia 14, Braskem, dia 16, e B3, no dia 17, entre outros.
Os interessados em contribuir com a consulta pública sobre a privatização do Porto de Santos têm até 16 de março para se manifestar e o Cade espera novas informações sobre a venda da refinaria Reman até dia 15. A B3, que retomará o horário normal de funcionamento das 10h até 17h na segunda-feira, terá vencimentos de opções dias 16 e 18.
*informações Bloomberg