Dados sobre a transmissão entre mães de filhos foram publicados no portal científico The BMJ
Menos de 2% dos bebês nascidos de mães infectadas com Covid-19 testam positivo na época do nascimento, aponta uma pesquisa publicada na quarta-feira (16/3) pelo portal The BMJ.
Embora o risco de transmissão seja extremamente baixo, os resultados sugerem que os bebês de mães com infecção mais grave podem ter maior probabilidade de testar positivo.
De acordo com os pesquisadores, medidas como cesarianas, separação mãe-bebê no nascimento ou alimentação com fórmula para evitar a transmissão do vírus aos bebês não influenciaram nas taxas de contaminação.
Metodologia
A equipe de pesquisadores revisou quase 500 estudos envolvendo mães com Covid-19 que procuraram atendimento hospitalar. No geral, 1,8% dos 14.271 bebês nascidos de mães com infecção também testaram positivo.
Os pesquisadores conseguiram informações sobre o momento da exposição e a tipo para 592 bebês positivos. Entre eles, 14 tiveram transmissão de mãe para filho confirmada: sete antes do nascimento (ainda no útero), dois durante o trabalho de parto (intraparto) e cinco durante o período pós-natal precoce (até 10 dias após o nascimento).
Segundo a pesquisa, os bebês estavam mais propensos a testar positivo para Covid-19 se suas mães tivessem caso grave, fossem internadas em uma unidade de terapia intensiva, desenvolvessem uma infecção ou morressem logo após o parto.
A variação encontrada entre os trabalhos também sugeriu que, quando medidas preventivas adequadas são tomadas durante o período intraparto e pós-parto precoce, como o uso consistente e adequado de equipamentos de proteção individual, a infecção do recém-nascido é improvável.
“Dado que as vacinas não estão disponíveis para bebês e crianças pequenas, é fundamental que melhores dados estejam disponíveis para informar a tomada de decisão compartilhada apropriada sobre cuidados perinatais entre pais e profissionais de saúde”, conclui Catherine McLean Pirkle em um editorial vinculado.
Do Portal Metrópoles.