De frente para as telas o dia todo? Veja como evitar dores de cabeça

Se você é do tipo de pessoa que passa horas do dia em frente a uma tela de computador ou diante do celular, bem-vindo ao time! Diante desses hábitos tão comuns hoje em dia, podemos dizer que as dores de cabeça advindas do contato direto com os dispositivos luminosos são, digamos, inevitáveis?

Não é por aí. De acordo com o neurocirurgião do Hospital Santa Marta Fábio Pontes, existem alguns truques capazes de prevenir as dores de cabeça de tela. Mas, antes, vale observar a verdadeira origem dessa condição. “Quando a pessoa usa telas por muito tempo, há um esforço excessivo, uma sobrecarga da musculatura ocular para focar nas palavras. Esse esforço contínuo pode causar fadiga da musculatura ocular levando à dor de cabeça”, explica o profissional.

Outro fator relevante é a postura em que se encontra o indivíduo ao utilizar algum dispositivo com tela. “Geralmente, depois de muito tempo sentada na mesma posição, a pessoa vai relaxando a postura, o que causa outro tipo de cefaleia, a cefaleia tensional”, esclarece Fábio.

Ainda, segundo o médico, a própria enxaqueca pode ser agravada pelo uso excessivo de telas, devido à demasia de estímulos luminosos e sonoros, que podem levar à uma piora das crises de enxaqueca.

“Em geral, as cefaleias por uso excessivo de telas costumam ocorrer mais para o final do dia, e costumam ser na cabeça inteira, nos dois lados da cabeça e, também, na parte frontal e na parte occipital, que é na frente e atrás da cabeça. Em geral, é uma sensação de peso, um aperto na cabeça”, afirma o especialista.

Uma dica do neurocirurgião para os casos de quem trabalha de frente para os monitores em horário comercial é analisar se, nos fins de semana ou nos períodos de férias, as dores de cabeça se tornam menos frequentes. Se sim, esse é um grande sinal.

Como prevenir as cefaleias de tela

Aos que utilizam celular assiduamente, Fábio Pontes indica colocá-lo na altura do horizonte, ou dos olhos, para ficar em posição neutra e não forçar o pescoço. Ele também recomenda deixar os cotovelos a 90 graus para garantir uma posição mais ergonômica possível.

“Se a pessoa está na mesma posição, sentada mexendo no computador, o melhor é evitar ficar assim por muito tempo. A cada 30 ou 40 minutos, vale levantar, andar um pouco e fazer um alongamento, principalmente no pescoço e nos ombros. Isso ajuda a relaxar a musculatura e a prevenir a dor. Entre dois e três minutos de pausa já é o suficiente”Fábio Pontes, neurocirurgião

Outro truque é o uso de óculos com lentes de filtro de luz azul. Responsável pela claridade, a luz azul vem dos raios solares ou de aparelhos digitais, como celulares, tablets e computadores. De acordo com o profissional, ela provoca uma excitação no cérebro, deixando a musculatura da cabeça do indivíduo mais tensa, propiciando o surgimento da dor de cabeça.

No entanto, caso a cefaleia seja muito frequente, como uma vez por semana ou a cada 15 dias, o indicado é que a pessoa procure um profissional para investigar o problema. Segundo o neurocirurgião, essa atitude é muito mais importante do que se medicar constantemente. “Além dos efeitos colaterais, tomar muitos analgésicos pode causar outra condição, chamada cefaleia por abuso de analgésicos. O próprio uso com muita frequência é capaz de piorar o quadro de dor de cabeça”, alerta o médico.

Fábio acrescenta que as atividades físicas, executadas por, no mínimo, 40 minutos, por, pelo menos, 5 vezes na semana, são cruciais para a prevenção dessa condição. “Com o exercício repetitivo, o cérebro começa a secretar endorfina, que são hormônios neurotransmissores que regulam toda a atividade do cérebro. Eles são muito importantes na prevenção da dor. Qualquer tipo de dor crônica diminui com essa liberação de endorfina”, comenta o especialista.

Por fim, garanta o sono em dia. “Deve-se ter um sono de boa qualidade, um sono reparador, em que acorde pela manhã se sentindo descansado. Isso é importante para prevenir qualquer tipo de dor, porque ajuda o cérebro a funcionar em sua homeostasia, ou seja, permanecer em equilíbrio”, finaliza.

*Com informações do portal Metrópoles

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