Vantagem do ex-presidente Lula sobre o atual presidente, Jair Bolsonaro, é de 15,1 pontos percentuais
A disputa presidencial em Minas Gerais segue estável, com a diferença entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), variando apenas na margem de erro. É o que mostram os dados da pesquisa DATATEMPO realizada entre os dias 15 e 20 de julho em todo o Estado. Os números mostram o petista com 45,1% das intenções de voto na pesquisa estimulada, contra 30% do candidato do PL. No intervalo de um mês e meio, desde o último levantamento, a distância apenas oscilou passando de 16,8% para 15,1%.
Com isso, os mineiros continuam dando um percentual que poderia eleger Lula ainda no primeiro turno, principalmente em razão do baixo desempenho dos outros candidatos, que passaram a somar menos votos que no levantamento anterior, reforçando a polarização entre os dois primeiros colocados.
De acordo com o DATATEMPO, Lula tinha 44,8% entre o final de maio e o início de junho, quando foi feito o levantamento anterior. Agora, oscilou para 45,1%. Já Bolsonaro foi de 28% na pesquisa antiga para 30% na atual. Os dois oscilaram apenas dentro da margem de erro de 2,19 pontos percentuais para mais ou para menos.
Bem distante deles, Ciro Gomes viu seus votos minguarem um pouco acima da margem. Ele passou de 6,6% para 4,3% no período. Ainda assim, ele se mantém numericamente à frente de André Janones (Avante) que foi de 3,3% para 2,9%. Simone Tebet (MDB) também oscilou levemente para baixo, indo de 1,25% para 1%. Depois dela, aparecem: Felipe D´Avila e Pablo Marçal, com 0,6% cada um; Vera Lúcia (PSTU), com 0,4%; e Sofia Manzano (PCB), com 0,2%. Leonardo Péricles (UP), José Maria Eymael (DC) e Luciano Bivar (União) não pontuaram. Os que disseram que vão votar em branco, nulo ou que não escolherão ninguém são 7,2%, enquanto 7,4% dos eleitores não responderam.
Com relação aos votos válidos, Lula oscilou de 52,1% para 52,8%, enquanto Bolsonaro avançou de 32,6% para 35,1%. Para que um candidato seja eleito no primeiro turno é preciso, nacionalmente, ter 50% mais um voto, ou seja: somar mais votos que a soma dos demais candidatos.
Espontânea
A pesquisa espontânea, aquela que não apresenta o nome dos candidatos, também indicou vantagem estável de Lula. Ele hoje registra 38,6% (0,9 ponto percentual a mais que no levantamento anterior). Já Bolsonaro alcança 26,9% (0,8 ponto percentual acima do registrado na pesquisa antiga). Além deles, só Ciro Gomes ultrapassa 1% nesse tipo de levantamento. Ele ficou com 1,5%. Outros nomes citados somaram juntos 1,7%. Os que dizem que não vão votar em ninguém, que vão anular ou votar em branco são 9%. Os que não souberam ou não responderam são 22,3%.
Segundo turno
A pesquisa também mostra vantagem confortável de Lula no segundo turno. Contudo, a distância oscilou para baixo, passando de 20,7 para 17,1 pontos percentuais. Agora, Lula soma 52% das intenções de voto, contra 34,3% de Bolsonaro.
Se forem considerados apenas os votos válidos (que é como o TSE divulga o resultado), o ex-presidente teria hoje 60,25%, contra 39,75% do atual chefe do Executivo.
De acordo com Bruna Assis de Andrade, analista de pesquisas do DATATEMPO, “a avaliação predominantemente negativa do atual presidente e o alto índice de rejeição impõe um teto na sua intenção de voto dentro do Estado e ajuda a compreender a estabilidade da disputa”.
“Outra questão importante na avaliação desse cenário é a visão positiva de parcela considerável dos mineiros sobre a gestão do ex-presidente Lula (43% apontam a sua gestão como a melhor que o país já teve), refletida em uma liderança com ampla vantagem que dificulta o crescimento de nomes da chamada terceira via”, explica ela.
Apesar disso, Bruna de Andrade explica que, mesmo estável, o cenário não está definido. “Os indecisos e aqueles que declaram voto branco ou nulo representam uma parte significativa do eleitorado que, com o início oficial das campanhas nas ruas e TV, pode ser decisiva para o cenário. As campanhas também podem impactar as intenções de voto em outros nomes que não o de Bolsonaro e Lula e balançar a estabilidade registrada até o momento, dado os percentuais de desconhecimento dos mineiros sobre os demais candidatos ultrapassam os 50%”, complementou.
Dados de registro
A pesquisa DATATEMPO foi feita com recursos próprios. Os dados foram coletados de 15 a 20 de julho. Foram realizadas 2.000 entrevistas domiciliares. A margem de erro é de 2,19 pontos percentuais para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-08880/2022, e no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) sob o número MG-08733/2022.
*Fonte O Tempo