Entenda porque essa substância é prejudicial para algumas pessoas, mas não compromete o bem-estar de outras
Do portal Metrópoles – Há alguns anos, uma dúvida paira sobre quem deseja ter uma alimentação saudável: afinal, o glúten faz bem ou mal ao organismo? A resposta é: depende. Como tudo que envolve a nutrição, não é tão óbvio quanto possa parecer.
O glúten, uma proteína presente em cereais, é composto por duas proteínas principais, gliadina e glutenina.
No intestino, temos proteínas de junções apertadas, conhecidas como “tight junctions”. Elas fecham os espaços entre as células intestinais, favorecendo, assim, a saúde desse órgão.
Essas “tight junctions” podem ser comparadas a pequenas portas, que ficam fechadas, apenas com uma pequena fresta aberta para passagem de moléculas menores para a corrente sanguínea, como vitaminas, minerais, glicose e aminoácidos.
Quando consumimos o glúten, a proteína dessa substância, gliadina, estimula a produção de uma outra substância chamada zonulina, localizada no epitélio intestinal. A função da zonulina é manter nossas células intestinais juntinhas, porém, quando ocorre a liberação da zonulina, as “tight junctions” afrouxam, aumentando o espaço entre as células do intestino.
Com isso, ocorre um fenômeno conhecido como permeabilidade intestinal, e moléculas grandes passam para a corrente sanguínea. Esse processo é normal e acontece em todos os indivíduos, no entanto, para muitos, trata-se apenas de algo transitório, sem prejuízos ao bem-estar. Para outros, pode não ser bem assim.
Pessoas com doenças intestinais inflamatórias, como doença de Crohn, síndrome do intestino irritável e doenças autoimunes, podem obter bastante benefícios na saúde com a redução ou eliminação do glúten.
Mesmo quando não há doenças autoimunes, a diminuição da ingestão se mostra vantajosa para ajudar a reduzir a permeabilidade intestinal, tornando a barreira intestinal mais íntegra.
A pessoas saudáveis, que não possuem essas doenças, a ingestão do glúten em uma dieta equilibrada não é prejudicial.